"Agora estou sendo forçado a deixar o Parlamento por um pequeno punhado de pessoas, sem nenhuma evidência para apoiar suas afirmações e sem a aprovação nem mesmo dos membros do Partido Conservador, muito menos do eleitorado em geral", disse Johnson em seu comunicado. "Acredito que um precedente perigoso e inquietante está sendo estabelecido."
"Lamento muito deixar meu maravilhoso eleitorado. Foi uma grande honra servi-los, tanto como prefeito quanto como deputado", acrescentou. "É muito triste deixar o Parlamento — pelo menos por enquanto — mas, acima de tudo, estou perplexo e chocado por poder ser forçado a sair, de forma antidemocrática, por um comitê presidido e administrado por Harriet Harman, com um viés tão flagrante."
A investigação, aberta pelo Comitê de Privilégios do Parlamento, está focada em saber se Johnson enganou propositalmente a legislatura sobre uma série de festas dadas em 2020 e 2021 às quais o então primeiro-ministro compareceu, desafiando as leis de lockdown da COVID-19 implementadas por seu governo. Johnson admitiu em março ter enganado o Parlamento, mas disse que o fez "de boa fé".
Na quinta-feira (8), o comitê enviou a Johnson uma "carta de advertência" que inclui suas conclusões sobre o assunto, dando-lhe duas semanas para responder. Entre as penalidades que ele poderia sofrer estaria uma suspensão de dez dias da Câmara dos Comuns, desencadeando uma eleição especial em Uxbridge e no distrito eleitoral de South Ruislip.
"O propósito deles desde o início foi me considerar culpado, independentemente dos fatos. Esta é a própria definição de um tribunal ilegal", disse Johnson nesta sexta-feira.
Johnson representa o eleitorado do oeste de Londres desde 2015, vencendo a eleição enquanto ainda era prefeito de Londres. Ele serviu como prefeito da capital de 2008 a 2016, e antes disso representou Henley em Oxfordshire na Câmara dos Comuns, de 2001 a 2008.
Em julho de 2019, ele garantiu sua posição como líder do Partido Conservador e como primeiro-ministro, cargo que ocupou até setembro de 2022, quando seu governo entrou em colapso sob o peso de um escândalo sobre a nomeação de Chris Pincher como vice-chefe da bancada.