As restrições do Pentágono para aceitar mais novos caças equipados com o hardware Technology Refresh 3 (TR-3, na sigla em inglês) começarão em julho, segundo a informação do portal especializado Defense News. Espera-se que a decisão se mantenha até 2024.
Isso significa que a empresa Lockheed Martin pode ter que armazenar dezenas de aviões em sua fábrica principal em Fort Worth, Texas, durante a maior parte de 2023 e, possivelmente, até a primavera de 2024, indicou o portal.
A partir do final deste verão (no Hemisfério Norte), os aviões F-35 que saírem da linha de produção com o hardware TR-3 não serão aceitos até que a capacidade de combate relevante seja validada, afirmou o porta-voz do Escritório do Programa Conjunto (JPO, na sigla em inglês) do F-35, Russ Goemaere, em um comunicado citado pela Breaking Defense.
"Como informamos ao Congresso [norte-americano] em março, ainda vemos o risco de que a entrega do TR-3 se estenda de dezembro de 2023 a abril de 2024. Entregar aeronaves com capacidade de combate aos nossos [usuários] é nossa prioridade número 1 e o TR-3 fornece a potência computacional que garante que o F-35 continue sendo superior aos potenciais adversários nas próximas décadas", lê-se no documento.
Em março deste ano, o oficial executivo do programa F-35, o tenente-general Mike Schmidt, declarou ao Congresso dos EUA que a avaliação de risco do cronograma do JPO projetou que o sistema TR-3 só seria concluído em abril de 2024. Lockheed Martin comentou que será entregue em dezembro deste ano.
O programa de aquisições de 30 anos do F-35 deve custar pelo menos US$ 1,7 bilhões (R$ 8,27 bilhões), o que faz dele o mais caro programa e avião militar da história.
O programa deste caça é considerado o mais importante na indústria de armamento americana. Trata-se de aviões de quinta geração que se encontram nos arsenais de várias nações do mundo, como o Reino Unido, a Coreia do Sul, o Japão e Israel.
No entanto, estas aeronaves foram criticadas por alguns especialistas e protagonizaram diversos episódios controversos nos meios de comunicação.
Em dezembro passado, um vídeo divulgado nas redes sociais mostrou como um F-35 da Força Aérea norte-americana ficou em condições vulneráveis após um voo de teste no Japão. A aeronave estava tão frágil que, inclusive, uma parte do trem de aterragem se desprendeu enquanto era rebocado.