O autor do artigo observa que agora estão "tomando forma as fundações de um grande acerto de contas", que "desafiará as crenças e estruturas de longa data que sustentaram o domínio do Ocidente nos últimos séculos e exporá a natureza do direito atribuído ao Ocidente para liderar na hierarquia global", acredita ele.
Em sua opinião, esse estado de coisas é devido a várias tendências que forçam o Ocidente a se adaptar a um futuro multipolar em que o poder deverá ser compartilhado.
Nair destaca que uma das tendências é a reavaliação da "ordem internacional baseada em regras", que tem sido ridicularizada em todo o mundo e é considerada um instrumento dos países ocidentais para manter sua hegemonia.
Ele aponta que a insatisfação com o fato de que o Ocidente viola constantemente suas próprias regras apenas está fortalecendo e devido a isso a legitimidade dessa ordem suscita cada vez mais dúvidas.
Outro ponto ressaltado pelo especialista é o desmascaramento do status de pacificador do Ocidente. Assim, a principal parte do mundo acredita que o Ocidente liderado pelos EUA não só não está contribuindo para a verdadeira paz, mas também está lucrando com as guerras. Nair considera que o mundo percebeu que não se pode confiar a paz apenas no Ocidente – especialmente porque a sua economia em grande parte lucra com os conflitos.
O seguinte ponto assinalado é a derrubada da superestrutura financeira ocidental "de seu trono". Segundo o autor, não é segredo para ninguém que as potências ocidentais usam abertamente seu poder financeiro para benefícios e propósitos geopolíticos. Atualmente estão sendo realizados esforços para eliminar o "privilégio exorbitante" ligado ao dólar dos EUA, e os países estão buscando alternativas ao sistema bancário SWIFT usado nas sanções ocidentais.
Por fim, Nair aponta que os países ocidentais vivem na bolha de "negação da realidade" que criaram, mas é hora de perceberem que o mundo não é o que era após o fim da Guerra Fria.