De acordo com o FT, o carregamento de petróleo em questão transporta cerca de 800 mil barris de petróleo bruto e está avaliado em aproximadamente US$ 56 milhões (quase R$ 272,3 milhões).
O cargueiro identificado como Suez Rajan foi apreendido pelo Departamento de Justiça dos EUA ainda no mês de abril, em cooperação com uma das empresas envolvidas na carga, o que por sua vez levou o Irã a apreender o cargueiro Advantage Sweet, que transportava petróleo do Kuwait para a empresa norte-americana Chevron.
Em resposta, os norte-americanos aumentaram as patrulhas no estreito de Ormuz, por onde passa um terço do petróleo mundial.
Embora o navio tenha chegado à costa de Galveston no dia 29 de maio, desde o ano passado está no centro de polêmicas, já que se presume que tenha levado petróleo iraniano de um navio próximo a Cingapura, com destino à China.
De acordo com a mídia, "o caso de Suez Rajan é um dos muitos incidentes marítimos recentes envolvendo os Estados Unidos e o Irã e ameaça aumentar as tensões entre os dois países, já que Washington e seus aliados europeus renovaram as discussões sobre como lidar com a atividade nuclear do Irã".
Para o FT, a chegada do Suez Rajan a Galveston implicaria que os Estados Unidos já chegaram a um acordo com os proprietários e operadores do navio para evitar qualquer tipo de sanção. Isso seria confirmado com as licenças concedidas pelo Departamento do Tesouro e pelo Departamento de Transporte de Mercadorias. Esta última instância chegou a realizar rondas de fiscalização no navio.
"Os Estados Unidos venderão o petróleo, caso ainda não o tenham feito, e os rendimentos provavelmente vão para um fundo criado pelo Congresso para as vítimas americanas do terrorismo de Estado", diz o artigo.
No entanto, o país norte-americano não é obrigado a dar uma destinação específica aos lucros e também poderia distribuí-los ou gastá-los em outras rubricas, conforme seu regulamento, aponta o jornal.
Este é mais um episódio da guerra do petróleo que existe há décadas entre Washington e Teerã, quando em 1979 as duas nações romperam relações devido à Revolução Islâmica. Durante anos, os Estados Unidos impuseram sanções econômicas e comerciais ao Irã para tentar estrangular sua economia.
As autoridades norte-americanas recusaram-se a confirmar a informação divulgada pelo jornal.