Os líderes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) estão inclinados a estender o mandato de Jens Stoltenberg como secretário-geral em meio ao crescente pessimismo de que a aliança militar vai ser capaz de indicar um nome para sucedê-lo antes da cúpula do próximo mês na Lituânia.
Segundo o Financial Times (FT), embora o líder da Aliança Atlântica tenha declarado publicamente que "não tem intenção de buscar" estender seu mandato, o ex-primeiro-ministro norueguês, que está no cargo desde 2014, não descartou a possibilidade de continuar.
"No interesse da continuidade, faz sentido", disse um diplomata ocidental sênior à mídia que discutiu a possibilidade de uma extensão do mandato do líder.
Em meio ao conflito da Ucrânia, há divisões internas sobre o futuro relacionamento de Kiev com a OTAN, ao passo em que a China cresce como uma potência militar global. Diante desses desafios e da dificuldade de a aliança encontrar consenso na indicação de um nome para sua liderança, é possível que o atual secretário-geral ceda a um pedido de Biden, por exemplo, com quem se encontrou recentemente.
"Stoltenberg tem sido um excelente secretário-geral e não vejo sentido em balançar o barco agora", disse um ministro das Relações Exteriores da OTAN à FT.
Muitas capitais têm expressado apoio à escolha da primeira mulher para ocupar a Secretaria-Geral da aliança, enquanto outras dizem que uma indicação do Leste Europeu refletiria o peso crescente da região e sua importância diante do conflito ucraniano.
A maioria dos países, incluindo os EUA e uma importante parcela de membros da aliança, acredita que um substituto capaz de garantir a unanimidade do bloco militar deva ser um atual ou ex-presidente ou primeiro-ministro, o que também implica na aceitação de seu nome em seu país de origem.
"Quem é o próximo secretário-geral? Não parece haver um manual de como escolher um", disse um dos nomes cotados para o cargo e atual secretário de Defesa britânico, Ben Wallace, na terça-feira (13), acrescentando que havia "muitos bons candidatos por aí" quando questionado sobre suas próprias ambições para o cargo.
De acordo com a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, Stoltenberg fez "um trabalho fantástico" para unir a OTAN. Mas ela acrescentou que Biden "ainda não tomou nenhuma decisão" sobre um sucessor.
Há sete meses da próxima cúpula que vai acontecer em Washington em abril de 2024 — quando a aliança militar completa 75 anos, renomear um substituto deve ficar a cargo da liderança de Biden.
Ainda segundo a mídia, Stoltenberg, que deve ver os principais tenentes deixarem a OTAN neste verão (Hemisfério Norte), está ficando cada vez mais irritado por ter ficado sem uma mensagem clara sobre seu futuro, de acordo com pessoas próximas ao secretário-geral.
Membros de sua equipe em Bruxelas já tomaram medidas para realocar suas famílias de volta a seus países de origem, aumentando as complicações em relação a sua permanência no cargo.