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Brasil tem bens congelados na Guiné Equatorial e filho investigado de presidente provoca: 'Lição'

Filho do chefe de Estado guinéu-equatoriano é acusado de lavagem de dinheiro e aquisição de bens com dinheiro oriundo de corrupção. Entretanto, em sua análise, a decisão do país africano "é uma lição" para o Brasil.
Sputnik
Após uma sequência de operações da Polícia Federal contra Teodoro Obiang Nguema Mangue, filho do presidente da Guiné-Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, o país resolveu retaliar o Brasil e decretar o congelamento dos bens e das contas bancárias de três empreiteiras brasileiras que atuam em território guinéu-equatoriano.
Mangue é investigado por lavagem de dinheiro, ocultação de bens e suposta compra ilícita de bens e imóveis. Ele já sofreu sanções e condenações no Reino Unido, Estados Unidos e na França sob a acusação de que pagou carros, imóveis e roupas com dinheiro oriundo de corrupção em seu país.
As empresas, nomeadamente ARG, Zagope e OAS, são do ramo de construção, área em que a presença do setor privado brasileiro cresceu na Guiné Equatorial. A Folha de São Paulo afirma que tentou entrar em contato com as empreiteiras, mas não obteve retorno.
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Já o Itamaraty disse à mídia que o governo acompanha com preocupação as decisões da Justiça guinéu-equatoriana e que elas ignoram o fato de os bens confiscados serem alheios ao Estado, uma vez que são privados.
Na decisão da Justiça que decretou o congelamento das empresas brasileiras, compartilhada pelo próprio Mangue nas redes sociais, um juiz de primeira instância alega que é preciso ressarcir danos e prejuízos causados pelo Brasil à Guiné Equatorial.
O filho do presidente, considerado número 2 no governo de seu pai que já está há 44 anos no poder, subiu o tom com Brasil.
"A única coisa que o governo e a Justiça do Brasil conseguiram foi se prejudicar. Esperamos que a decisão seja uma lição para que, no futuro, saibam medir a consequência de seus atos", escreveu.
Em 2007, a operação da PF Luxury Living (Vida de Luxo, na tradução), em referência a uma hashtag comumente usada por Mangue, mirava suposta lavagem de dinheiro na compra de um apartamento em área nobre da capital paulista.
Em 2018, sob a Operação Salvo Conduto investigação também mirava para outros bens, possivelmente de origem ilícita, apreendidos com Mangue no mesmo ano no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, quando ocultou bens da alfândega.
Ao todo, foram encontrados com ele US$ 1,4 milhão (R$ 6,72 milhões) em espécie e 20 relógios de luxo, avaliados em US$ 15,4 milhões (R$ 73,9 milhões).
Em dezembro do ano passado uma operação transnacional para investigar possível crime de lavagem de dinheiro cometido pelo filho do presidente foi lançada. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos por meio de cooperação da PF na França, em Portugal e na Suíça, relata a mídia.
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