Bilhões de euros em apoio militar, econômico e financeiro direto para a Ucrânia e mais bilhões fornecidos através de instituições da UE esgotaram completamente o orçamento alemão.
Ao mesmo tempo, a decisão de Berlim de abandonar as importações de energia russa por ordem de Washington empurraram a economia da potência industrial para recessão.
"Tendo em vista os cortes necessários no nosso próprio orçamento nacional, não podemos atualmente fazer quaisquer contribuições adicionais para o orçamento da União Europeia", disse Lindner em uma entrevista ao portal Welt.
As observações do ministro das Finanças vêm na sequência de queixas da Comissão Europeia de que a ajuda à Ucrânia "esgotou ao máximo" o orçamento do bloco de longo prazo 2021-2027, sugerindo que a Alemanha e outras grandes economias da UE devem contribuir para compensar a diferença.
De acordo com Lindner, espera-se que a Comissão Europeia evite um relatório sobre revisões do orçamento na próxima terça-feira (20). De acordo com o Instituto Kiel para a Economia Mundial, a Alemanha forneceu cerca de € 4,24 bilhões (R$ 22,1 bilhões) em ajuda militar, € 1,74 bilhões (R$ 9,1 bilhões) em ajuda econômica e € 1,3 bilhão (R$ 6,8 bilhões) em ajuda financeira à Ucrânia entre janeiro de 2022 e fevereiro de 2023.
As instituições da União Europeia onde Berlim contribui muito, se comprometeram a entregar € 3,6 bilhões (R$ 18,8 bilhões) em ajuda militar, € 1,61 bilhão (R$ 8,4 bilhões) em ajuda humanitária e € 30,32 bilhões (R$ 158,6 bilhões) em assistência financeira durante o mesmo período.
Alemanha está em terceiro lugar atrás apenas dos Estados Unidos e do Reino Unido em termos de apoio militar e econômico total à Ucrânia. Berlim tem pagado um preço alto pelo seu posicionamento, com sua economia industrializada caindo em recessão e seus estoques de armas e munições esgotados.