"Há um processo de consulta em andamento entre o Secretariado da Agência [AIEA] e o lado brasileiro, que provavelmente levará bastante tempo. Mas notamos que o Brasil está agindo de forma muito profissional e transparente," disse Ulianov à Sputnik.
Ele comparou o caso do Brasil com o da "troika" (Austrália, Reino Unido, Estados Unidos) do pacto AUKUS, que prevê a entrega pelo Reino Unido e os EUA de submarinos movidos a energia nuclear à Austrália até 2040.
"O projeto brasileiro sobre o uso de sistemas de propulsão nuclear em submarinos é de natureza fundamentalmente diferente do empreendimento australiano-britânico-americano", disse o alto diplomata russo.
Ele explicou que o projeto brasileiro é puramente nacional e envolve o uso de material nuclear desenvolvido no país.
"No que diz respeito ao AUKUS, seus membros estão desafiando descaradamente o regime de não proliferação nuclear ao pretenderem transferir cerca de quatro toneladas de urânio altamente enriquecido para a Austrália, um Estado sem armas nucleares no sentido do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares", acrescentou Ulianov.
Anteriormente, foi relatado que o Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que se reuniu de 5 a 9 de junho deste ano, considerou, entre outros tópicos, o sistema de propulsão nuclear da Marinha do Brasil.
O Brasil começou a testar seu sistema de propulsão nuclear para seu submarino em 2021.
Anteriormente, houve relatos que durante a visita do então presidente Jair Bolsonaro a Moscou em fevereiro de 2022 a parte brasileira pediu à Rússia para ajudar no projeto e compartilhar a experiência russa neste campo.