Panorama internacional

Brasil age com muita transparência em relação à propulsão nuclear naval, diz representante russo

Brasil está agindo com muita transparência na questão de seu sistema de propulsão nuclear naval, mas as discussões podem se prolongar por muito tempo, acredita o representante da Rússia nas organizações internacionais em Viena, Mikhail Ulianov.
Sputnik
"Há um processo de consulta em andamento entre o Secretariado da Agência [AIEA] e o lado brasileiro, que provavelmente levará bastante tempo. Mas notamos que o Brasil está agindo de forma muito profissional e transparente," disse Ulianov à Sputnik.
Ele comparou o caso do Brasil com o da "troika" (Austrália, Reino Unido, Estados Unidos) do pacto AUKUS, que prevê a entrega pelo Reino Unido e os EUA de submarinos movidos a energia nuclear à Austrália até 2040.

"O projeto brasileiro sobre o uso de sistemas de propulsão nuclear em submarinos é de natureza fundamentalmente diferente do empreendimento australiano-britânico-americano", disse o alto diplomata russo.

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Ele explicou que o projeto brasileiro é puramente nacional e envolve o uso de material nuclear desenvolvido no país.

"No que diz respeito ao AUKUS, seus membros estão desafiando descaradamente o regime de não proliferação nuclear ao pretenderem transferir cerca de quatro toneladas de urânio altamente enriquecido para a Austrália, um Estado sem armas nucleares no sentido do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares", acrescentou Ulianov.

Anteriormente, foi relatado que o Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que se reuniu de 5 a 9 de junho deste ano, considerou, entre outros tópicos, o sistema de propulsão nuclear da Marinha do Brasil.
O Brasil começou a testar seu sistema de propulsão nuclear para seu submarino em 2021.
Anteriormente, houve relatos que durante a visita do então presidente Jair Bolsonaro a Moscou em fevereiro de 2022 a parte brasileira pediu à Rússia para ajudar no projeto e compartilhar a experiência russa neste campo.
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