A administração da primeira-ministra Giorgia Meloni decidiu que a Sinochem não pode designar o presidente-executivo da Pirelli, apesar de ser seu principal acionista com uma participação de 37%. A decisão faz parte das medidas italianas anunciadas esta semana para proteger a autonomia da Pirelli e sua administração, relata o The Financial Times.
O gabinete de Meloni disse que as últimas medidas, aprovadas sob o mecanismo de triagem de investimentos estrangeiros do "poder de ouro" do país, visam "criar uma rede de medidas para assegurar a independência da Pirelli e sua administração".
As restrições de Roma, que envolvem limites de acesso e compartilhamento de informações entre Pirelli e Sinochem e uma maioria de quatro quintos para algumas decisões "estratégicas" do conselho, visavam proteger "informações estrategicamente relevantes e o know-how da empresa", disse o escritório de Meloni.
Mas segundo a Reuters, a decisão de Roma ocorreu depois que a Sinochem notificou o governo italiano em março sobre os planos para renovar e atualizar um pacto de acionistas existente com o colega investidor Camfin, o veículo do CEO da Pirelli, Marco Tronchetti Provera.
De acordo com uma fonte ouvida pela mídia, apenas a Camfin poderia indicar candidatos a CEO da Pirelli.
A Itália também determinou que a Sinochem não deveria escolher mais do que oito membros do conselho do total de 15, deixando quatro para a Camfin. Analistas veem a mudança como um passo inicial para construir um grupo alternativo e estável de acionistas italianos para a empresa.