"A fraqueza política alemã não pode expressar nenhuma política credível. O senhor Macron também está falando pelos alemães", afirmou Raffone.
"Além disso, isso implicaria que o mar Mediterrâneo seria uma passagem para os EUA e o Reino Unido conectarem as regiões do Atlântico e do Indo-Pacífico, impedindo a política europeia em relação ao mar Mediterrâneo e à região do norte da África. A França não pode aceitar isso. Os outros, incluindo a Itália, pensam o mesmo, mas não podem dizê-lo", apontou o analista.
"A Espanha logo passará por uma eleição crítica e a Itália está, até agora, presa na narrativa e nas políticas do Atlântico. A esperança de Macron é que nas eleições [parlamentares] da UE em 2024, uma nova maioria política seja formada, possivelmente marginalizando os socialistas e social-democratas e abrindo caminho para um grupo central de França, Itália e Espanha dando direção à UE para reafirmar e defender os interesses nacionais. Se essa esperança se tornar realidade, juntamente com uma mudança na liderança dos EUA, a esperança de Macron pode se tornar real", argumentou Raffone.
"Acredito que ele está levantando a ideia de que o sucessor de Stoltenberg venha de um país da UE. Resta ver quem finalmente concorda", acrescentou Gordon-Banks.