Nos oceanos ancestrais da Terra, há 240 milhões de anos, Tanystropheus hydroides era um terror das profundezas.
Com seis metros de comprimento e um pescoço três vezes maior que o comprimento do seu corpo, Tanystropheus poderia atacar de surpresa peixes e lulas muito antes de eles se aperceberem que uma criatura tão grande estava por perto.
Entretanto, um Tanystropheus desafortunado encontrado no sítio fossilífero de Monte San Giorgio, na fronteira suíço-italiana, deve ter aprendido nos momentos finais da sua vida que sempre há um peixe maior.
De acordo com uma equipe de paleontólogos da Alemanha e Suíça, o pescoço da criatura foi cortado por uma única mordida maciça de outro predador.
Representação artística de Tanystropheus hydroides sendo decapitado por outro réptil marinho pré-histórico
© Foto / Roc Olivé, Instituto Catalão de Paleontologia Miquel Crusafont / FECYT
Stephan Spiekman, paleontólogo de vertebrados no Museu Estadual de História Natural de Stuttgart, na Alemanha, disse que inicialmente pensou que estava analisando dois espécimes diferentes de criaturas marinhas de pescoço longo de uma variedade muito menor que Tanystropheus hydroides, até que ele entendeu a verdade horrível: marcas de mordida nas vértebras demonstraram que outrora faziam parte do pescoço de uma única criatura.
"Encontramos duas perfurações de dentes exatamente onde o pescoço estava quebrado, e o pescoço está quebrado em um único plano diagonal", disse Spiekman ao portal Live Science. "Isso sugere que o pescoço foi arrancado com uma única mordida."
"É muito plausível que um grande predador arrancou o pescoço de uma só vez, especialmente considerando os grandes predadores que existiam por aí naquele ambiente", acrescentou.
O estudo analisou o ataque em mais detalhe e determinou que o Tanystropheus foi emboscado de cima por uma criatura que provavelmente atacou o pescoço para matar o animal rapidamente.