De acordo com a Associated Press (AP), o combate à fraude e ao fortalecimento dos sistemas contra hackers foi o ponto alto da recente exposição Security China, em Pequim, ilustrando o quão difícil vai ser fazer com que Pequim e Washington cooperem nesta área, mesmo diante dos riscos comuns que a humanidade enfrenta com os avanços da inteligência artificial (IA).
Os Estados Unidos têm movido esforços no sentido de bloquear o acesso da China à tecnologia dos chatbots, em especial o ChatGPT.
"Esta nova tecnologia contém um grande perigo potencial", disse o diretor do Centro de Pesquisa de Segurança Pública da Universidade de Tsinghua, Fan Weicheng. O especialista teria mostrado à equipe da AP uma apresentação com uma figura gerada por IA do ex-presidente norte-americano, Barack Obama, falando apenas para ilustrar os riscos de imagens e vídeos enganosos que agora podem ser criados digitalmente, favorecendo a desinformação ou a indústria complexa das fake news.
Segundo a mídia, o diretor do centro de pesquisas afirmou que, diferentemente da China, Estados Unidos, Rússia, Alemanha e Japão possuem estratégias de segurança nacional. Pequim foca seus esforços em antever potenciais riscos à sua segurança.
Fan afirmou que os acadêmicos chineses estariam trabalhando em um "sistema de alerta precoce", que seria capaz de identificar e gerenciar tecnologias potencialmente disruptivas, medindo o impacto que a tecnologia emergente pode ter na segurança nacional da China.
Na última década, a tecnologia de IA da China fez avanços rápidos, impulsionados em parte pela cooperação com institutos de pesquisa e empresas de tecnologia norte-americanas. Assim como nos EUA, os líderes chineses estão igualmente preocupados com os avanços da IA, entretanto, tensões geopolíticas nos últimos anos atingiram níveis perigosos quando o assunto é o desenvolvimento desta tecnologia. Sem contato bilateral no setor, ambos os países podem estar protagonizando uma perigosa corrida pelo domínio da tecnologia.
Alguns especialistas acreditam que a cooperação, e não o conflito, é necessária para enfrentar o que eles veem como uma ameaça para toda a humanidade, e que para isso, China e EUA deveriam unir seus esforços.