A Administração Sueca de Material de Defesa assinou um acordo-quadro com a empresa italiana Veículos de Defesa Iveco (IDV, na sigla em inglês) para fornecer até 3.000 veículos leves às Forças Armadas suecas.
O pedido inicial será de 400 veículos leves multifuncionais (LMPV, na sigla em inglês) do tipo MUV 4×4 (Veículo Utilitário Militar) a um custo de US$ 79 milhões (cerca de R$ 378,7 milhões). A Iveco também vai fornecer à Suécia manutenção e serviços associados.
O acordo-quadro se estende por quatro anos (de 2023 a 2027) com a opção de prolongar o acordo por mais cinco anos.
"Com esses veículos, as Forças Armadas obtêm uma capacidade moderna que complementa as capacidades existentes no Exército e na Guarda Nacional e, em certa medida, substitui certas capacidades dos antigos servidores fiéis das Forças Armadas na organização de guerra, o Tgb 11 e 13 [conhecido fora da Suécia como Volvo Cross Country C303]", disse o gerente de projetos do Exército de Administração de Materiais da Suécia, Michael Helander, em comunicado.
A primeira entrega às Forças Armadas vai ter lugar no final de 2024 e a maioria das viaturas deve ser entregue em 2025.
O que é MUV 4x4?
O MUV 4x4 é o sucessor do veículo específico M40E15-WM da Iveco. A versão mais recente é considerada robusta, móvel e implantável em ambientes austeros em temperaturas que variam de 32 graus negativos a 49 graus Celsius positivos. É compatível com a OTAN e pode transportar cargas úteis de até 4.000 kg.
O MUV 4×4 está disponível em 12 opções diferentes, incluindo veículos de transporte de tropas, veículos de variante médica, veículos de comunicação, veículos de logística e transporte de cães (com um compartimento especial para cães de serviço), todos com várias combinações em termos de peso bruto do veículo, chassi, cabine, motor e transmissão.
A formação militar da Suécia
Na última década, a Suécia foi engolfada por uma investida militarista à medida que a retórica da era da Guerra Fria começou a retornar. A nação, de fato, abandonou toda a pretensão de não alinhamento quando se candidatou à OTAN no ano passado e está a caminho de aumentar seus gastos militares para o nível alvo da aliança de 2% — um processo que pode levar até o final da década de 2020.
Nos últimos anos, os militares suecos adotaram um plano de gastos mais generoso, visando a abertura e reabertura de instalações militares e unidades desativadas após o fim da Guerra Fria durante o curto período em que a Suécia estava colhendo "dividendos de paz". Em 2019, por exemplo, a Suécia reinaugurou sua gigantesca base naval subterrânea na parte sul do arquipélago de Estocolmo em Musko. A base, escavada em uma rocha nos anos 1960, foi projetada para fornecer aos navios suecos docas subterrâneas a salvo de ataques.
Os fundos também sustentam a aquisição de material caro, como os sistemas de defesa aérea Patriot fabricados nos Estados Unidos.
Além disso, a ilha estratégica de Gotland, no mar Báltico, foi remilitarizada e o recrutamento foi reintroduzido — tudo acompanhado por conversas incessantes sobre a "ameaça russa" e tentativas quase cômicas de encontrar um "vestígio russo" em todos os eventos em andamento, como o suposto avistamento de um submarino ou torná-lo o bode expiatório para problemas econômicos.