A Guarda Costeira dos EUA informou na quinta-feira (22) que os destroços encontrados perto do naufrágio do Titanic faziam parte do submarino Titan perdido.
O submersível sofreu uma "implosão catastrófica", matando os cinco homens que estavam dentro dele, disse a Guarda Costeira dos EUA em uma coletiva de imprensa.
Os destroços remanescentes do submarino perdido foram descobertos a apenas 200 metros do famoso naufrágio do Titanic, perto de sua proa. Eles foram encontrados após quatro dias de busca por uma de resgate internacional liderada por autoridades do Canadá e dos EUA.
"Os destroços são consistentes com uma perda catastrófica da câmara de pressão", disse o contra-almirante John Mauger, da Guarda Costeira dos EUA, que liderou a busca pelo Titan.
A tripulação desaparecida era composta por Hamish Harding, um bilionário e aventureiro britânico; Shahzada Dawood, um empresário paquistanês-britânico e seu filho de 19 anos, Suleman; Stockton Rush, executivo-chefe e fundador da americana OceanGate Expeditions, proprietária e fabricante do submersível; e Paul-Henri Nargeolet, o piloto francês do submarino.
Dale Mole, ex-médico da Marinha dos EUA, disse na quinta-feira (22) à agência britânica BBC que a descoberta era "indicativa de uma implosão".
"A morte teria sido instantânea", disse Mole, um resultado que, embora trágico, era menos agonizante do que ficar preso dentro de uma embarcação apertada com um suprimento de oxigênio que diminuía lentamente.
"Você pode imaginar como teria sido [...] está frio, seu oxigênio está acabando", acrescentou Mole.
O que era o Titan?
O Titan era um submersível experimental para cinco pessoas que não teve seu projeto classificado, o que significa que foi construído sem a aprovação regulamentar das sociedades de classificação de navios. Sua construção impedia ser aberto de dentro. Apenas uma equipe na superfície podia abrir a escotilha.
Alguns cientistas sugeriram que o Titan provavelmente implodiu devido a uma falha no seu compartimento de fibra de carbono e titânio. Outros teorizaram que a falha foi causada pela tela de vidro cujo fabricante só certificou como seguro em profundidades de 1.300 metros, enquanto o Titanic está a cerca de 3.810 metros abaixo da superfície.
A ruptura provavelmente teria causado uma implosão violenta e instantânea quando a água de alta pressão do lado de fora inundou o submarino, arrancando a tampa traseira, a estrutura de aterrissagem e partindo o compartimento do submarino, esmagando as pessoas que estavam dentro dele.
O mergulho fatal ocorreu após um inverno particularmente rigoroso, durante um breve alívio das condições climáticas adversas, indicou Harding antes de embarcar na viagem de domingo (18).
"Devido ao pior inverno em Newfoundland [ilha canadense no oceano Atlântico] em 40 anos, esta missão provavelmente será a primeira e única missão tripulada ao Titanic em 2023", escreveu no sábado (17) Harding no Instagram.