Em 1993, o primeiro satélite desenvolvido, construído e operado no Brasil, o SCD-1 (Satélite de Coleta de Dados 1), foi lançado ao espaço durante o governo de Itamar Franco.
No sábado passado (17), após 30 anos, quatro meses e quatro dias, o satélite bateu o recorde e se tornou o equipamento enviado ao espaço para observação da Terra há mais tempo em operação na órbita do planeta, segundo o UOL.
De acordo com a mídia, o SCD-1 superou duas barreiras para conseguir o feito: deixou para trás a NASA e japonesa JAXA, que projetaram o satélite Geotail, lançado em 24 de julho de 1992 e desativado em 28 de novembro de 2022, o qual era o recordista anterior.
Com cerca de 115 kg, o SCD-1 tem formato de um prisma octogonal, com 1 m de largura e 1,45 m de altura. Seus oito lados e a parte de cima são cobertos por células solares. Posicionado a 750 km de altitude, ele viaja a 27 mil km por hora, o que o faz levar 1 hora e 40 minutos para dar uma volta completa na Terra. Assim, passa 16 vezes por dia sobre o território brasileiro para cumprir seu trabalho.
Com todas as características, o satélite também ultrapassou a própria expectativa de vida em mais de 30 vezes, visto que foi projetado para durar apenas um ano.
"O lançamento e consequente sucesso do SCD-1 representou uma grande conquista para o Inpe e para o Brasil, cujo objetivo era a autonomia de acesso ao espaço e o desenvolvimento de satélites em território nacional. Este recorde realça a robustez do projeto e a elevada qualidade da fabricação, da integração e dos testes realizados", disse Sebastião Varotto do Inpe, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, responsável pelo projeto.
Varotto classifica o satélite como "um tributo à competência da engenharia espacial brasileira". Ainda segundo a mídia, o SCD-1 já percorreu mais de 7 bilhões de quilômetros ao girar em torno do planeta. Daria quase para ir a Marte e voltar duas vezes.
O satélite continua a coletar do espaço dados ambientais e meteorológicos de estações de monitoramento espalhadas pelo território brasileiro e os transmite a centros de processamento, em Cuiabá (MT) e em Natal (RN).
Atualmente, suas informações são acessadas por 80 empresas e instituições, entre elas Marinha do Brasil, Aneel, Eletronorte, Embraer, Embrapa e Sabesp, entre várias outras.