Panorama internacional

Blinken defende fala de Biden sobre Xi ser um 'ditador': 'Ele fala por todos nós'

Funcionários do governo Biden deixaram claro que o comentário do presidente dos EUA sobre seu colega chinês, Xi Jinping, ser um "ditador" não foi de forma alguma uma "gafe".
Sputnik
"O presidente fala claramente. Ele fala com franqueza. Trabalho para ele há mais de 20 anos e ele fala por todos nós", disse o secretário de Estado, Antony Blinken, à imprensa norte-americana neste domingo (25). "Está muito claro que quando se trata da China, vamos fazer e dizer coisas que eles não gostam. Eles vão fazer e dizer coisas que não gostamos."
A notória observação de Joe Biden veio um dia depois que Blinken completou sua viagem a Pequim no início desta semana. Enquanto o secretário de Estado dos EUA e seus colegas chineses sinalizaram algum progresso modesto após o chamado escândalo do "balão espião", o presidente dos EUA chamou o presidente Xi de "ditador" ao falar em um evento de arrecadação de fundos do Partido Democrata no norte da Califórnia na terça-feira (20).
Não é a primeira vez que Joe Biden faz comentários duros sobre o gigante asiático. Desde o início de sua presidência, Biden prometeu repetidamente "proteger" militarmente Taiwan da China — embora esta última veja a ilha como seu território inalienável — e costumava manter projetos conjuntos com os líderes taiwaneses do Kuomintang.
Na quinta-feira (22), Biden tentou defender sua posição, acrescentando que seus comentários não teriam nenhuma consequência real para as relações entre Washington e Pequim.
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Biden tacha Xi Jinping de 'ditador' após viagem de Blinken à China; Pequim expressa protesto
Anteriormente, o Departamento de Estado rejeitou as declarações grosseiras de Biden como "gafes"; no entanto, desta vez, Blinken apoiou o presidente dos Estados Unidos.

"Não há segredo sobre as preocupações que temos sobre a democracia, sobre os direitos humanos, sobre algumas das ações que a China está tomando em todo o mundo, e ser capaz de ter linhas de comunicação mais fortes e sustentadas significa que podemos falar sobre essas diferenças diretamente", afirmou o secretário de Estado.

No entanto, Pequim demonstrou a Washington que considera a observação de Biden "extremamente absurda e irresponsável".

"É uma provocação política flagrante. A China expressa forte insatisfação e oposição", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, no início desta semana, acrescentando que os comentários de Biden "vão totalmente contra os fatos e violam seriamente o protocolo diplomático e infringem gravemente a dignidade política da China".

As relações EUA-China se deterioraram consideravelmente nos últimos anos, à medida que Washington aumentou a pressão sobre o setor de alta tecnologia da República Popular e reforçou a presença militar EUA-Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no Pacífico Ocidental. Além disso, o governo Biden e os legisladores norte-americanos recorreram repetidamente a provocações contra a China por causa de Taiwan e do mar do Sul da China. Para completar, a doutrina militar do Pentágono proclama abertamente que a China é um desafio sistêmico contra a segurança nacional dos EUA. Pequim alertou os EUA contra provocações, instando Washington a abandonar a mentalidade da Guerra Fria e uma abordagem de jogo de soma zero nas relações exteriores.
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