Panorama internacional

China envia ministro à Itália para tentar manter país na Nova Rota da Seda; EUA pressionam Roma

O acordo entre Roma e Pequim no âmbito da Nova Rota da Seda da China termina no dia 22 de dezembro com renovação automática por mais cinco anos, caso não seja suspenso antes da data.
Sputnik
Em meio às mudanças de posições na geopolítica atual, vários países têm reconsiderado suas relações bilaterais e acordos, um exemplo desse movimento é o que acontece entre a Itália e a China, visto que Roma não quer renovar sua parceria no programa Nova Rota da Seda.
Nesta quarta-feira (28), a primeira-ministra italiana, Georgia Meloni, disse aos legisladores que a Itália pode ter excelentes relações com a China mesmo sem fazer parte da iniciativa.

"Existem avaliações em andamento. A questão deve ser tratada com cuidado e respeito, envolvendo também o parlamento", afirmou a premiê segundo a Bloomberg.

Anteriormente, em meados de maio perto da cúpula do G7, o assunto já tinha vindo a público com o governo italiano afirmando que a possível não renovação seria feita "tendo em conta a reflexão mais ampla em curso com a OTAN, G7 e parceiros da UE sobre a relação com a China", conforme noticiado.
Diante deste contexto, a China enviou nesta semana Liu Jianchao, ministro do Departamento Internacional do Partido Comunista, enquanto Pequim tenta persuadir a nação europeia a não deixar o principal pacto de investimento global chinês.
Liu manteve reuniões com o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, o presidente do Senado, Ignazio La Russa, e o ex-primeiro-ministro Massimo D'Alema, de acordo com mídia.

"Foi uma decisão correta da China e da Itália assinarem o acordo da Nova Rota da Seda", disse Liu, acrescentando que o acordo "não se concentra apenas no presente, mas também olha para o futuro", segundo comunicado oficial do Partido Comunista.

A Itália entrou para o acordo em 2019, quando Giuseppe Conte era primeiro-ministro, tornando-se a única nação do G7 a aderir ao pacto.
Jia Guide, embaixador chinês no país europeu, alertou na semana passada que haveria "consequências negativas" se Roma "decidir imprudentemente" se retirar.
A Bloomberg afirma que a Itália está no meio das crescentes tensões entre Washington e Pequim, e que os Estados Unidos pressionaram Roma a assumir uma posição pública e abandonar a Nova Rota da Seda, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.
Pequim está tentando persuadir não só a Itália, mas toda a Europa, a adotar uma postura menos agressiva do que os EUA, que recentemente impuseram uma série de controles de exportação à China para restringir seu acesso à tecnologia avançada.
Comentar