O artigo menciona que há uma opinião, segundo a qual, se começarem fricções entre a Rússia e a China, elas estarão relacionadas à sobreposição de interesses na Ásia Central, e Pequim estaria agora usando a situação na Ucrânia para fortalecer sua própria influência – e isso teria sido alegadamente demonstrado pela recente cimeira China-Ásia Central em Xian.
No entanto, os autores do artigo na Foreign Affairs não compartilham dessa visão.
Assim, no artigo destaca-se que na Ásia Central a Rússia continua sendo a potência dominante e está mais, e não menos, preparada para coordenar suas ações com a China.
Os autores enfatizam que Moscou ainda tem um conjunto significativo de alavancagem e poder suave na Ásia Central. Por exemplo, o comércio da Rússia com a região está crescendo rapidamente e milhões de migrantes dessa região continuam trabalhando na Federação da Rússia.
"A base desses laços econômicos está na profunda confiança que une as elites políticas em toda a região", diz a revista, apontando que os líderes de todos esses países vêm das elites soviéticas.
Assim como não é correto falar sobre a perda de influência da Rússia, também é errado dizer que a China quer substituir Moscou como potência hegemônica regional, diz o artigo.
Por exemplo, o crescimento do comércio e do investimento da China na Ásia Central está principalmente ligado às importações por Pequim de commodities de que a Rússia, como grande exportador de matérias-primas, simplesmente não precisa.