Em janeiro, a HRW publicou um relatório afirmando que Kiev usou minas Lepestok proibidas perto da cidade de Izyum, na região de Carcóvia, de abril a setembro de 2022. Na época, a organização relatou dez feridos e uma morte.
Em junho, na reunião anual da Convenção de Ottawa sobre a Proibição de Minas Antipessoal em Genebra, a Ucrânia garantiu que não está usando estas minas.
"Desde a publicação do relatório em janeiro, a Human Rights Watch descobriu evidências adicionais sobre o uso indiscriminado dessas armas pela Ucrânia em 2022", diz a organização.
No final de maio deste ano, foi publicada na Internet uma foto de um território que, segundo a HRW, passou recentemente para o controle de Kiev.
Nela, os ativistas de direitos humanos identificaram elementos de munições de fragmentação usadas para implantar as Lepestok remotamente.
Com base nas marcas remanescentes nos projéteis dessas fotos, os ativistas de direitos humanos as atribuíram a uma organização não governamental de Kiev que arrecada fundos para armamentos.
No ano passado, o chefe dessa organização publicou uma mensagem nas mídias sociais para arrecadar fundos para a compra de foguetes 9M27K3 Incubator com uma ogiva de fragmentação cheia de minas antipessoal, que seriam disparados de um lançador múltiplo de foguetes Uragan.
Mais tarde, em agosto de 2022, ele publicou uma foto da munição já comprada, mostrando inscrições e marcações idênticas às vistas na foto deste ano.
A HRW solicitou esclarecimentos ao governo ucraniano em uma carta datada de 28 de maio, mas não obteve resposta.
A mina explosiva antipessoal Lepestok (PFM-1) foi projetada para causar danos aos membros inferiores e detona quando uma pessoa pisa nela. Ela é uma réplica quase exata da mina norte-americana BLU-43/B (Dragontooth).
A Ucrânia ratificou a Convenção de Ottawa em 2005, que proíbe o uso, o armazenamento e a produção de minas antipessoal. Portanto, Kiev está violando as obrigações internacionais que assumiu.