Operação militar especial russa

Kiev pede mais tanques do Ocidente para não 'partir para ataque com arcos e flechas'

O comandante em chefe das Forças Armadas ucranianas, o general Valery Zaluzhny, disse ao The Washington Post que alguns tanques, em particular os tanques Leopard, e veículos de combate envolvidos na contraofensiva já foram destruídos.
Sputnik

"Tanques e veículos de combate apareceram no campo de batalha quando a contraofensiva começou no início deste mês. Alguns já foram destruídos, admitiu Zaluzhny", escreve o jornal.

O general disse em uma entrevista que os tanques Leopard "não andaram em desfiles e políticos ou celebridades não tiraram fotos com eles".

"Eles vieram aqui para a guerra. Ora, no campo de batalha um Leopard não é um Leopard, mas um alvo", disse Zaluzhny.

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Ele também afirmou que Kiev precisa de aviões de combate, mas em número limitado.

"Ninguém está dizendo que amanhã devemos nos rearmar e adquirir 120 aviões. Por quê? Eu não preciso de 120 aviões. Não vou ameaçar o mundo inteiro. Um número muito limitado seria suficiente", cita o artigo o comandante das tropas ucranianas.

Ele observou que as Forças Armadas russas usam aviões de uma geração diferente e, portanto, avançar sem os aviões solicitados é como "partir para a ofensiva com arcos e flechas".
Zaluzhny admite que está em contato constante com o chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, general Mark Milley.

"Nós temos um acordo: estamos em contato 24 horas por dia, 7 dias por semana. Então, às vezes, posso ligar e dizer: 'Se eu não conseguir 100.000 projéteis em uma semana, 1.000 pessoas morrerão. Coloque-se no meu lugar'", explicou Zaluzhny.

Ele acrescentou que sempre compartilha com Milley suas preocupações sobre a situação no front.
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Falando da velocidade da contraofensiva da Ucrânia, o comandante em chefe das Forças Armadas ucranianas disse que está "irritado" com as palavras de que a contraofensiva está progredindo mais lentamente do que os líderes ocidentais esperavam.

"Isso não é um show. Não é um show que o mundo inteiro está assistindo e apostando ou algo assim. Cada dia, cada metro é dado pelo sangue."

De acordo com Zaluzhny, uma contraofensiva rápida e bem-sucedida é impossível sem o fornecimento adicional de armas a Kiev.

"Sem o fornecimento total, esses planos não são viáveis de forma alguma", acrescentou. "Mas eles estão sendo executados. Sim, talvez não tão rápido quanto os participantes do show, os observadores, gostariam, mas isso é problema deles".

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A ofensiva ucraniana nas linhas de operações a sul de Donetsk, de Zaporozhie e de Artyomovsk (Bakhmut, na denominação ucraniana) começou em 4 de junho. Kiev enviou as brigadas treinadas por especialistas da OTAN e armadas com equipamentos ocidentais.
No entanto, como disse o presidente russo, Vladimir Putin, em 27 de junho, Ucrânia perdeu 259 tanques e 780 veículos blindados desde o início da chamada contraofensiva, dos quais 41 tanques e 102 veículos blindados só na linha de Orekhovo e na linha de Zaporozhie na última semana.
Representantes das autoridades ucranianas também começaram a admitir que o ataque não está ocorrendo de acordo com o planejado.
Por exemplo, recentemente, o secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia, Aleksei Danilov, disse que gostaria de um ritmo mais rápido da contraofensiva, mas isso é possível "apenas em contos de fadas".
Por sua vez, o conselheiro do presidente da Ucrânia Mikhail Podolyak disse que o ataque das Forças Armadas ucranianas está sendo difícil e exige muita paciência.
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