A canoa foi encontrada em 2021 por arqueólogos e mergulhadores do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) dentro do cenote de San Andrés na Península de Yucatán, no México, dentro de uma caverna submersa a cerca de 4,5 metros abaixo do nível de água atual.
Os arqueólogos descobriram que a canoa estava cercada por restos de esqueletos de sete indivíduos de diferentes espécies, incluindo tatu, peru, cachorro, águia e humano, relatou Helena Barba Meinecke, chefe do Escritório da Península de Yucatán do Subdiretório de Arqueologia Subaquática do INAH, no 12º Congresso Internacional de Maianistas da Universidade Nacional Autônoma do México na quarta-feira (28).
Uma antiga canoa foi encontrada debaixo d'água dentro de um sumidouro mexicano perto da cidade maia em ruínas de Chichén Itzá
© Foto / INAH
Foi descoberto que o osso humano era um metatarso do pé esquerdo de uma mulher adulta. Os ossos humanos e de tatu, em particular, apontavam para o uso da canoa em rituais maias, de acordo com um comunicado do INAH.
"A preponderância de ossos de tatu e a presença do metatarso humano levam especialistas a teorizar sobre o uso ritual da canoa e sua colocação na caverna antes de esta ser inundada", diz o comunicado.
A capacidade de natação do tatu pode ter simbolizado a entrada no submundo através do sumidouro do cenote, e o tatu também é às vezes considerado um avatar da divindade do submundo maia conhecida como Deus L.
A forma da canoa também pode apontar para ela ser usada ritualmente, pois tinha uma proa e popa muito pesadas, dando-lhe capacidade limitada para navegar.