As Forças Armadas dos EUA estão em crise devido à crescente escassez de pessoal em meio ao declínio do prestígio, informou na sexta-feira (30) o jornal norte-americano The Wall Street Journal (WSJ).
Segundo a mídia, aproximadamente 80% dos recrutas se alistam nas Forças Armadas por causa do exemplo de seus parentes. Os filhos de famílias de militares constituem a maioria dos novos recrutas, mas a tendência agora estaria mudando, o que pode prejudicar ainda mais o fluxo de recrutas para as Forças Armadas.
"Influenciadores não dizem para eles entrarem no Exército. Mães, país [...] treinadores e pastores não acham que seja uma boa escolha", disse Mike Mullen, ex-chefe do Estado-Maior do Exército dos EUA, em uma entrevista ao jornal.
Atualmente, explica o WSJ, há muitos empregos abertos para graduados nos Estados Unidos, o que é outro motivo para não se alistar nas Forças Armadas. O prestígio das Forças Armadas também foi prejudicado pela retirada do contingente do Afeganistão, fazendo com que os veteranos se perguntassem "para que serviu isso", continuou.
De acordo com o Pentágono, a taxa de sub-recrutamento do Exército em 2022 foi de 25%, a pior desde que as Forças Armadas do país norte-americano iniciaram o serviço militar voluntário em 1973. A expectativa é que cerca de 50.000 recrutas entrem para o Exército em 2023, em vez da meta de 65.000. Na Marinha haverá um déficit de 10.000 pessoas, e de 3.000 na Força Aérea, prevê o veículo de imprensa, citando o Pentágono.
"A ameaça mais imediata é um possível conflito com a China em relação a Taiwan, o que exigiria uma resposta rápida e contínua de todas as partes das Forças Armadas dos EUA", escreve o jornal, citando igualmente a competição com a Rússia.