O Mercado Comum do Sul (Mercosul), criado em 1991, tem presidência rotativa entre os quatro países titulares do bloco — Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai — com mandatos que duram seis meses. Agora, é a vez do Brasil de assumir a presidência do bloco que está em vias de concluir as negociações para firmar o acordo com a União Europeia (UE).
O presidente Lula, ao discursar na cerimônia de posse do país afirmou que o bloco sul-americano deve apresentar uma resposta "rápida e contundente" às condições propostas pela UE para a conclusão das negociações entre os dois grupos.
De acordo com o presidente, embora a área de livre comércio já exista de fato, há espaço para ampliar e aprimorar os acordos comerciais com Chile, Colômbia, Equador e Peru. Para isso, vai ser preciso retomar uma "agenda externa ambiciosa para ampliar o acesso a mercados por nossos produtos de exportação".
Mais cedo, no programa Conversa com o Presidente, Lula voltou a chamar de "ameaças" as condições impostas pelo bloco europeu para finalização do acordo. Segundo ele, o Brasil não vai aceitar "imposições" e disse que "não quer uma política em que eles ganhem e a gente perca".
"Estamos agora preparando outra resposta, porque vamos a Bruxelas discutir com a UE e os países da América Latina, e precisamos ter uma resposta do que nós queremos para consolidar o acordo. Nós queremos fazer uma política de ganha-ganha, a gente não quer fazer uma política em que eles ganhem e a gente perca", afirmou.
Ainda de acordo com Lula, apenas em 2022, o intercâmbio intra-Mercosul somou US$ 46 bilhões (cerca de R$ 221,4 bilhões). Para o presidente "não é pouco, mas está abaixo do auge registrado em 2011", quando a cifra atingiu a marca de US$ 52 bilhões (aproximadamente R$ 250,3 bilhões).