Segundo ele, a contraofensiva de Kiev está progredindo na melhor das hipóteses lentamente e o equipamento militar ocidental fornecido à Ucrânia não conseguiu alcançar eficácia suficiente.
De acordo com o cientista político, a Alemanha ainda tem uma imagem distorcida da situação na Ucrânia. A ajuda alemã começou com o fornecimento de cinco mil capacetes alemães à Ucrânia.
"Isto criou a impressão equivocada de que um suprimento militarmente muito mais efetivo dos principais tanques de batalha levaria quase automaticamente ao colapso do front russo. Essa ideia era e continua sendo absurda", observou Munkler.
Ao mesmo tempo, o especialista ressaltou que a Alemanha esperava um desenrolar dos acontecimentos muito mais rápido e bem-sucedido para o regime de Kiev, semelhante à ofensiva das tropas de Hitler quando atacou a URSS.
"A expectativa de que os ucranianos com sua ofensiva fossem capazes de conseguir rapidamente chegar ao mar de Azov e, desta forma, romper a frente russa, era e continua sendo utópica. Tais esperanças lembram a fase inicial da invasão alemã da União Soviética em 1941. Na verdade, na situação atual, uma comparação com a Primeira Guerra Mundial é muito mais apropriada", concluiu Munkler.
Segundo ele, não está à vista um fim rápido para o conflito na Ucrânia e, por isso, a decepção está se espalhando entre muitos observadores neste país.
Kiev enviou brigadas treinadas por especialistas da OTAN e armadas com equipamentos ocidentais. No entanto, como disse o presidente russo, Vladimir Putin, em 27 de junho, a Ucrânia perdeu 259 tanques e 780 veículos blindados desde o início da chamada contraofensiva, dos quais 41 tanques e 102 veículos blindados só na linha de Orekhovo e na linha de Zaporozhie na última semana.