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Ante tendência do mercado global, Petrobras avança para negociar em moedas nacionais

A gigante energética brasileira Petrobras pode começar a negociar em moedas nacionais como o yuan, disse o CEO Jean Paul Prates à Sputnik.
Sputnik
"Sim, vamos avançar para isso. Isso depende também das autorizações do Banco Central, do nosso Ministério da Fazenda. Mas hoje, com o atual governo, não temos resistência a isso. Temos falado sobre contratos em yuan. Estávamos falando de contratos para a Argentina, por exemplo, muito importantes, porque estão muito carentes de dólares. Então, quase seremos obrigados a lidar com esse tipo de alternativa em relação ao dólar", disse Prates à Sputnik nos bastidores do Seminário Internacional da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) em Viena.
A Petrobras também continua aberta a moedas digitais como o bitcoin e tem um departamento analisando essa opção, acrescentou o executivo.
Mais países estão se afastando do dólar americano no comércio bilateral. No setor de energia, Rússia e Índia vêm explorando a opção de negociar em moedas nacionais, contornando a necessidade de usar o dólar americano, já que o país do sul da Ásia é um grande comprador de energia russa. No entanto, as negociações entre Moscou e Nova Deli sobre a liquidação do comércio em rúpias foram suspensas em maio deste ano.
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Indústria petrolífera brasileira

É esperado que a produção de petróleo do Brasil continue crescendo neste ano e em 2024 em cerca de 4-5%.
"Temos dois novos navios flutuantes de armazenamento e descarga [FPSOs, na sigla em inglês] que saíram agora, neste ano. Então, podemos ter outro incremento de 4% ou 5% [...] neste ano e no próximo também, pelos planos que já temos, de FPSOs que já estão sendo construídos e entrarão em operação muito em breve", disse Jean Paul Prates à Sputnik à margem do seminário internacional da OPEP.
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informou que, em 2022, a produção de petróleo do país subiu para três milhões de barris por dia, registrando um aumento de 4% em relação a 2021. Enquanto isso, as reservas totais de petróleo do país aumentaram 10,6% em relação ao ano anterior, ou 26,91 bilhões de barris.
Ao mesmo tempo, as reservas comprovadas de petróleo do Brasil cresceram 11,5%, totalizando 14,9 bilhões de barris. Suas exportações de petróleo saltaram 68,3%, para 1,3 bilhão de barris por dia.
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