Nos últimos dias, tanto o entorno do ex-presidente, Jair Bolsonaro, quanto o próprio falaram mal da reforma nas redes sociais e cobraram da base bolsonarista votar contra. O ex-presidente usou o próprio Twitter para criticar o projeto.
Segundo o jornal O Globo, parte do recado é direcionado a Tarcísio, que após se reunir em Brasília com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse estar de acordo com 95% da reforma.
Um interlocutor de Bolsonaro afirmou ao jornal que "Tarcísio deveria prestar atenção no recado", sob o risco de "perder totalmente o apoio do bolsonarismo". O governador tem sido cobrado por sua base nas redes sociais a retirar o apoio e chamado por alguns usuários de "traidor".
O grupo se irritou com o fato de Tarcísio ter demonstrado apoio à reforma. O ministro da Fazenda, por sua vez, elogiou a atuação do governador de São Paulo em colocar os "interesses nacionais acima de questões regionais e partidárias".
O objetivo da pressão bolsonarista é colar a ideia de que a Reforma Tributária é um projeto estritamente relacionado a Lula e ao PT, ignorando a articulação de Lira e outros parlamentares, empresários e especialistas na formatação do projeto, analisa a mídia.
O líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes, afirmou nesta manhã (6) que, até agora, a maioria de sua bancada é contra o texto. A sigla vai se reunir com o ex-presidente e com o governador de São Paulo para decidir o assunto antes da votação.
Côrtes fez questão de lembrar que "o governador de São Paulo foi escolhido pelo presidente Bolsonaro para aquela candidatura" e declarou que Tarcísio pode até convencer algum deputado do PL a votar a favor, mas que o partido vai decidir conjuntamente, diz o jornal.
"A posição do presidente Bolsonaro vai dar o tom da nossa orientação. Estou indo para uma reunião, e espero encontrar o governador Tarcísio", afirmou.
A Reforma tributária é a proposta do governo federal para simplificar o sistema tributário brasileiro extinguindo tributos como o PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS por um Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS). A reforma busca modernizar a arrecadação de tributos e impostos para favorecer a competitividade das empresas.