Um iate particular no centro de uma investigação europeia sobre a sabotagem por trás das explosões dos gasodutos Nord Stream (Corrente do Norte) em setembro de 2022 foi encontrado com resíduos de explosivos, anunciou na terça-feira (11) o Ministério das Relações Exteriores da Dinamarca.
A carta foi entregue ao Conselho de Segurança das Nações Unidas na terça-feira (11), em uma reunião solicitada pelo governo russo. Embora o Ministério das Relações Exteriores da Dinamarca tenha entregue a carta, ela também representou os esforços conjuntos da Suécia e da Alemanha.
Segundo a carta, a Alemanha concluiu que o iate Andromeda foi alugado por um grupo pró-ucraniano para realizar os ataques.
"Em relação ao aluguel suspeito de um iate a vela, as investigações descobriram que o barco havia sido alugado em nome de uma pessoa que usou os documentos fornecidos para ocultar a identidade do verdadeiro fretador. Não foi possível determinar se essa pessoa estava de fato a bordo e isso é objeto de investigações contínuas", indica a carta.
A carta explica que a suspeita é que o barco foi usado para transportar os explosivos que explodiram nos gasodutos Nord Stream 1 (Corrente do Norte 1 )e Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2) no mar Báltico em 26 de setembro de 2022.
"Foram encontrados vestígios de explosivos submarinos nas amostras coletadas do barco durante a investigação. De acordo com avaliações de especialistas, é possível que mergulhadores treinados tenham colocado explosivos nos pontos em que ocorreram danos aos gasodutos Nord Stream 1 e Nord Stream 2, que estão instalados no fundo do mar a uma profundidade de aproximadamente 70 a 80 metros", diz.
O texto explicou ainda não ter sido possível estabelecer o percurso exato do iate, a identidade ou os motivos dos perpetradores das explosões nos gasodutos.
O iate foi relatado pela primeira vez em 7 de março em artigos publicados no jornal norte-americano The New York Times e no alemão Die Zeit, que afirmavam que um grupo pró-ucraniano com possíveis vínculos com o governo ucraniano estava por trás da sabotagem dos Nord Stream.
No entanto, essas reportagens surgiram depois que o aclamado jornalista norte-americano Seymour Hersh publicou uma investigação que apontou para o envolvimento da Marinha dos EUA, que a mídia ocidental ignorou quase completamente e a Casa Branca denegriu como "ficção falsa e completa".
Apesar de tudo, outros veículos de imprensa ocidentais também questionaram a veracidade da história do iate, citando até mesmo os responsáveis da inteligência como admitindo anonimamente que há inúmeros pontos de interrogação na teoria.