Os líderes do BRICS discutirão na cúpula da África do Sul os critérios para a aceitação de novos Estados-membros, devido aos inúmeros pedidos de adesão à organização, anunciou Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores do Brasil, em entrevista à Sputnik.
"O número de países interessados em aderir ao BRICS mostra sua importância na arena mundial. Agora precisamos discutir e chegar a um acordo sobre os critérios de avaliação dessas candidaturas, o que será feito na cúpula de presidentes [na África do Sul, em agosto]", disse Vieira.
Segundo ele, o Brasil, em particular, apoia a candidatura de sua parceira estratégica, a Argentina.
"Mas primeiro, como eu disse, precisamos desenvolver um roteiro para o futuro do grupo e chegar a um consenso sobre os critérios, levando em conta as muitas solicitações que recebemos", disse o Itamaraty.
"O BRICS já é um ponto de referência indispensável nas discussões globais, seja por sua importância econômica (31% do PIB mundial), seja porque o grupo reúne 40% da população mundial, seja pela importância desse formato em termos de coordenação das posições dos países líderes. Na prática, uma nova ordem internacional multipolar já está sendo moldada por países como os do BRICS, por meio de um trabalho diplomático construtivo e bem consolidado", disse Vieira.
De acordo com o diplomata, o governo brasileiro está muito otimista com as perspectivas do bloco após a reunião de junho dos ministros das Relações Exteriores na África do Sul.
O BRICS agrega a África do Sul, Brasil, China, Índia e a Rússia. Vários outros países pretendem se juntar ao bloco econômico, incluindo a Argentina, Bangladesh, Egito, Irã, e, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores da China, a Arábia Saudita, a Indonésia e a Turquia.
A cúpula do BRICS será realizada em Joanesburgo, África do Sul, de 22 a 24 de agosto.