"Mesmo se pegarmos nesta área, digamos, da realização do acordo de grãos. Não é mais um segredo para ninguém, é um fato óbvio que essa zona é usada pelo regime de Kiev para fins de combate. Este é um aspecto muito importante que não deve ser esquecido", disse o representante do Kremlin aos jornalistas.
Peskov ressaltou que há riscos para a segurança do acordo de grãos sem a participação da Rússia, isso deve ser levado em conta, o Kremlin não sabe quais países estão prontos para assumir esses riscos, disse ele.
"Essa é certamente uma questão que precisa de comentários de nossos militares, porque estamos falando de uma zona muito próxima à área de operações de combate. E sem garantias correspondentes existem certos riscos. Por isso, se algo for formalizado sem a Rússia, esses riscos devem ser tidos em conta. Aqui não podemos dizer o quanto e quais países estão prontos para assumir esses riscos", observou Peskov.
Nesta segunda-feira (17) a Rússia notificou oficialmente a Turquia, Ucrânia e ONU de que se opõe à extensão do acordo de grãos. Isto significa a revogação das garantias russas para a segurança da navegação e o encerramento do corredor marítimo humanitário no noroeste do mar Negro.
Kiev espera continuar o fornecimento de grãos pelo mar Negro sem a participação da Rússia. O presidente ucraniano Vladimir Zelensky disse que discutiu com o secretário-geral da ONU, António Guterres, a retomada dos abastecimentos.
A Rússia insiste que cinco condições devem ser cumpridas para estender o pacto alimentar: a reconexão de seu banco agrícola, Rosselkhozbank, ao sistema SWIFT; a retomada do fornecimento de máquinas agrícolas, peças de reposição e manutenção; a suspensão da proibição de acesso aos portos; a reativação do duto de amônia Togliatti-Odessa; e o desbloqueio de ativos no estrangeiro e contas de empresas russas relacionadas à produção e transporte de alimentos e fertilizantes.