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Economista dos EUA rejeita cargo da Comissão Europeia após reclamações de Macron

Uma ex-assessora de grandes empresas de tecnologia dos EUA acabou recusando um cargo na Comissão Europeia após críticas do presidente da França, Emmanuel Macron.
Sputnik
Fiona Scott Morton, professora da Universidade de Yale que anteriormente assessorou empresas como Apple e Amazon, foi contratada este ano pela comissária de concorrência da União Europeia (UE), Margrethe Vestager, como economista-chefe a partir de setembro.
No entanto, nesta quarta-feira (19), Vestager compartilhou on-line uma carta escrita por Morton, na qual disse que decidiu não assumir o cargo citando a "controvérsia política que surgiu por causa da seleção de um não europeu para preencher esta posição".
"Determinei que o melhor curso de ação é me retirar e não assumir o cargo de economista-chefe", afirmou Morton.
O fato ocorreu depois que o presidente francês Emmanuel Macron argumentou que a nomeação de Morton levantou "muitas questões" e que nem os EUA nem a China nomeariam um estrangeiro para tal cargo.
As preocupações de Macron também foram repetidas por vários legisladores da UE que argumentaram que Morton, com seu histórico de consultoria para gigantes da tecnologia dos EUA, pode ser incapaz de aconselhar de maneira justa nesses casos, com alguns até sugerindo que ela poderia se tornar uma "lobista" para os interesses dos EUA.
"Tenho muitas perguntas e isso me deixa em dúvida", teria dito Macron.
O ministro júnior da transição digital da França, Jean-Noel Barrot, também expressou sua aprovação à decisão de Morton de se abster de assumir o papel europeu, dizendo à mídia que "a soberania digital da Europa é uma necessidade absoluta".
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Enquanto isso, Vestager expressou seu pesar com o curso dos eventos, dizendo em um comunicado que espera que Morton "continue a usar seu extraordinário conjunto de habilidades e experiência para pressionar por uma forte fiscalização e regulamentação da concorrência em ambos os lados do Atlântico".
No início deste ano, Macron declarou que a Europa deveria procurar diminuir sua dependência dos Estados Unidos. Ele fez suas observações enquanto a economia da França, juntamente com os outros países europeus, continua sofrendo a reação causada pelas sanções econômicas impostas por esses países contra a Rússia a pedido dos EUA.
As aparentes tentativas do governo Biden de atrair empresas europeias a se mudarem para os EUA, por meio da chamada Lei de Redução da Inflação, também provocaram críticas de chefes de Estado europeus, incluindo Macron.
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