O ministro criticou a entrada no porto de Busan do submarino estratégico da classe Ohio, observando que é a primeira vez em mais de 40 anos que uma arma nuclear estratégica foi instalada na península coreana, chamando-a de "uma ameaça nuclear direta".
"Este fato mostra que as tentativas dos EUA de lançar um ataque nuclear contra a RPDC entraram na fase mais séria de sua ativação e sistematização, e as perspectivas de um confronto militar na península coreana se tornaram uma realidade perigosa, superando tudo o que se poderia imaginar e presumir", afirmou.
Segundo Kang Sun-nam, ninguém pode negar a gravidade da situação de segurança da Coreia do Norte, "devido aos excessos militares dos EUA e seus satélites".
"Quero lembrar aos círculos militares dos EUA que o notável aumento de ativos estratégicos implantados [na península coreana], incluindo o submarino nuclear estratégico, pode ser interpretado como uma condição para o uso da arma nuclear, especificada na lei da política de tropas nucleares da RPDC", enfatizou o ministro, acrescentando que Washington "entrou em águas perigosas" e que a doutrina da RPDC admite tomar medidas apropriadas "se um ataque nuclear próximo ou contra ela" for cometido.
Kang Sun-nam assegurou que as Forças Armadas da RPDC vão "suprimir consistentemente as tolas tentativas dos EUA e seus aliados" de usar armas nucleares na península coreana, a fim de defender a soberania do país, integridade territorial e interesses fundamentais, e para prevenir a eclosão de uma guerra nuclear na península coreana e no nordeste asiático.
O coordenador do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos para a região do Indo-Pacífico, Kurt Campbell, deu entrevista coletiva no encerramento da primeira reunião do Grupo de Consulta Nuclear EUA-Coreia do Sul (NCG, na sigla em inglês) e informou que o submarino atômico USS Kentucky classe Ohio, equipado com mísseis balísticos, chegou ao porto de Busan.
No dia 19 de julho, o submersível recebeu a visita do presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, que mais uma vez ameaçou Pyongyang com "a ruína" que aguarda seu regime, caso organize esta "provocação nuclear".
O presidente sul-coreano e a delegação que o acompanhava puderam ouvir informações sobre as possibilidades do submarino e sua contribuição para a estratégia de dissuasão nuclear dos EUA e defesa coletiva da Aliança Atlântica.
Segundo os militares dos EUA, a visita do referido navio confirma o apego invariável dos EUA em ampliar as possibilidades de dissuasão e manter um potencial suficiente para repelir rápida e resolutamente qualquer ataque nuclear da RPDC contra a Coreia do Sul.
Em junho passado foi noticiado que outro navio similar, o USS Michigan, equipado com mísseis guiados da classe Ohio, chegou ao mesmo porto sul-coreano, um dia depois que a Coreia do Norte disparou dois mísseis balísticos de curto alcance no mar do Japão (também conhecido como mar do Leste), e participou de um exercício junto com a Marinha sul-coreana. Foi a primeira vez desde outubro de 2017 que os Estados Unidos enviaram um submarino nuclear de míssil guiado para a Coreia do Sul.
Como resultado de uma cúpula realizada nos EUA, os líderes sul-coreanos aprovaram a Declaração de Washington, que previa a criação de um grupo consultivo na esfera nuclear para fortalecer o compromisso com a "dissuasão estendida", traçar planos concretos para seu uso, discutir o planejamento estratégico e nuclear e a reação à ameaça ao regime de não proliferação da Coreia do Norte.
As partes confirmaram o compromisso de estreitar as relações em matéria de defesa conjunta. A Coreia do Sul recebeu a promessa dos Estados Unidos de mobilizar "todas as forças da aliança", incluindo armas nucleares, caso fosse atacada pela Coreia do Norte.
O presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, também anunciou que os EUA vão implantar permanente e "rotineiramente" armas estratégicas na península coreana. O presidente dos EUA, Joe Biden, por sua vez, confirmou que os submarinos atômicos dos EUA vão entrar periodicamente nos portos sul-coreanos.