De acordo com a Associated Press (AP), o fornecimento direto de armas foi rejeitado por governos provisórios anteriores, nomeados pelo presidente Rumen Radev. Ele chegou a dizer recentemente que a Ucrânia é a culpada pelo conflito e que o fornecimento de armas à Ucrânia apenas prolonga o conflito.
No entanto, na sexta-feira (21), o Parlamento de Sofia aprovou por 148 votos a 52 a proposta do governo de fazer o primeiro envio de equipamento militar pesado para a Ucrânia desde o início da operação militar especial.
Segundo a decisão do parlamento, o equipamento que está sendo enviado não é mais necessário para a Bulgária, mas pode ser "um sério apoio à Ucrânia", caracterizando assim uma mudança na postura política do país.
A Bulgária, que aderiu à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em 2004, ainda mantém estoques de armas projetadas pelos soviéticos e possui inúmeras fábricas que produzem munição para elas. Os veículos blindados que vão ser enviados à Ucrânia são de fabricação soviética e foram entregues à Bulgária na década de 1980 — quando era aliada da União Soviética no Pacto de Varsóvia.
Como membro da OTAN, o país aprovou, no final do ano passado, o fornecimento de ajuda militar à Ucrânia, mas deixou a decisão sobre os parâmetros dessa ajuda para o Poder Executivo e, em meio à instabilidade política na Bulgária nos últimos meses, os governos anteriores rejeitaram a ideia.
A decisão do governo recém-nomeado, no entanto, gerou críticas do partido Socialista e de nacionalistas pró-Moscou do partido Revival (renovação), que votaram contra.