A Embaixada da China no Japão criticou na segunda-feira (24) o plano da OTAN de se expandir para a região da Ásia-Pacífico, afirmando que ele viola as regras da ONU.
"[A expansão da OTAN para leste] viola as disposições da Carta da ONU sobre acordos regionais e o desenvolvimento de relações internacionais amigáveis, o que introduz fatores destrutivos na segurança regional e global", indicou a embaixada em uma declaração sobre a recente cúpula da OTAN.
"A OTAN está se posicionando como uma organização regional, mas está destruindo os limites autoimpostos de seu alcance geográfico. A OTAN afirma ser uma aliança defensiva, mas incentiva constantemente seus membros a aumentar os gastos militares e a expandir os limites de seu poder", continuou.
Em maio, Tóquio confirmou que o bloco militar tinha a intenção de abrir seu primeiro escritório de ligação na Ásia, mais concretamente no Japão.
"Já estamos em conversações, mas os detalhes ainda não foram finalizados", disse na época Yoshimasa Hayashi, ministro japonês das Relações Exteriores.
A China, por sua vez, acredita que a medida poderia prejudicar a paz e a estabilidade regionais.
Enquanto isso, Wang Yi, chefe da Comissão de Relações Exteriores do Comitê Central do Partido Comunista da China, propôs recentemente que o Japão e a Coreia do Sul mantivessem conversações ao nível de vice-chanceleres, com o objetivo de realizar uma cúpula trilateral.
Segundo ele, os três vizinhos deveriam "criar uma atmosfera para uma rápida retomada das reuniões entre os líderes".
Em junho, Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, sublinhou que "a OTAN tem declarado publicamente, repetidas vezes, que é uma aliança regional e não busca expansão geopolítica. A Ásia está fora das fronteiras geográficas do Atlântico Norte e não precisa de uma réplica do bloco militar atlântico".