A semana anterior foi dominada pelas tensões em torno da península da Coreia, com Pyongyang acusando os Estados Unidos e a Coreia do Sul de agressão com suas ações e manobras militares, e Washington e Seul apontando os dedos para a Coreia do Norte por constantemente disparar mísseis de diferentes tipos para fora de seu território.
No entanto, também na terça-feira (18), um soldado americano chamado Travis King atravessou a fronteira com a Coreia do Norte durante uma visita a um vilarejo de trégua intercoreana, escreveu no sábado (22) a agência norte-americana Associated Press.
As autoridades norte-americanas expressaram preocupação com o bem-estar de King, temendo um tratamento rude que a Coreia do Norte supostamente pudesse dar.
A mídia estatal da Coreia do Norte ainda não fez comentários sobre King e o país não respondeu às solicitações dos EUA para esclarecer onde ele está sendo mantido e qual é a sua condição.
Andrew Harrison, subcomandante britânico do comando multinacional liderado pelos EUA que supervisiona a trégua da Guerra da Coreia, disse em uma conferência desta segunda-feira (24) que foram iniciadas conversações sobre a libertação do soldado norte-americano, que, apesar de tudo, "segue otimista".
Um dos acadêmicos citados pela AP previu que Pyongyang pode tentar usar King para propaganda ou como moeda de troca para obter concessões políticas e de segurança de Washington, possivelmente vinculando sua libertação à redução das atividades militares dos EUA com a Coreia do Sul.
"Com tantas peças em movimento, é importante não atribuir a causa à mera correlação de eventos, mas as provocações com mísseis da Coreia do Norte não prenunciam uma negociação fácil para garantir a libertação de Travis King", opinou Leif-Eric Easley, professor da Universidade Ewha, Coreia do Sul.