Panorama internacional

Analistas: não faz sentido a Rússia copiar mísseis do Ocidente, que servem para 'exposição de museu'

A indústria militar russa tem produzido armas muito mais avançadas do que os mísseis obsoletos que estão sendo fornecidos à Ucrânia pela OTAN, disseram especialistas à Sputnik. Por isso, pouco se pode aprender com eles, exceto na adaptação das defesas aéreas russas para melhor os combater.
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Depois que foi recentemente proposto pelo deputado russo Mikhail Sheremet (representante da República da Crimeia) se iniciou uma discussão sobre a possibilidade de a indústria militar russa usar os mísseis "troféus" recentemente capturados na Ucrânia para produzir novas armas próprias.
No entanto, vários especialistas militares russos disseram à Sputnik que a indústria de defesa da Rússia não está mais atrasada em relação ao Ocidente e até produz armas muito melhores do que os projéteis obsoletos doados à Ucrânia.
"Temos inúmeros mísseis que são muito melhores do que os Storm Shadow, SCALP e Tomahawk", disse Viktor Litovkin, analista militar e coronel aposentado do Exército russo.

"Estes são três mísseis de aproximadamente o mesmo nível. Temos um míssil, o Kalibr, que pode ser lançado a partir de um submarino ou de um navio de superfície. Temos mísseis como o Kh-22, temos o míssil Kh-101 e temos o míssil Oniks. A propósito, todos os nossos mísseis que listei são supersônicos, e o Tomahawk, o Storm Shadow e o SCALP são todos mísseis subsônicos. Os nossos mísseis são muito melhores", disse o analista.

Ele observou que os Oniks têm sido muito usados para desarticular os sistemas de defesa costeira das cidades ucranianas de Odessa e Nikolaev.
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"Devemos usar essas armas, esses mísseis que temos, que são muito mais eficazes do que os Storm Shadow que nós, a propósito, aprendemos a derrubar, assim como os Tomahawks e os SCALP."
Entretanto, o analista militar observou que "precisamos, sem dúvida, de examinar" os mísseis ocidentais para melhorar as defesas antiaéreas russas.
"Estamos estudando não apenas que tipo de míssil é, como é feito, que materiais são usados, que software, que explosivos são usados, como eles voam, em que camadas da atmosfera, e assim por diante. Muitas coisas", explicou Litovkin.
Aleksei Borzenko, jornalista militar, disse à Sputnik que "não faz sentido criar análogos".
"Primeiro, os mísseis que são fornecidos à Ucrânia são antigos. Estes são todos desenvolvimentos de 15 ou mesmo 30 anos atrás. No que se refere aos mísseis, nós ultrapassamos o Ocidente em muitas áreas. Por que devemos copiar o que foi feito há muito tempo e não mais nos surpreende?", indagou o jornalista.

"A única coisa interessante para nossos cientistas militares é apenas ver como seus eletrônicos são feitos. Nada mais. O que eles têm na unidade de controle, na ogiva… Mas não haverá nada que nós mesmos não tenhamos feito há muito tempo, em um grau ou outro. Esses mísseis são todos antigos. Talvez [possam servir] para exposições de museu ou como oportunidade para demonstrar em algum lugar, ou para ver como são feitos", enfatizou Borzenko.

Ele destacou que a Rússia desenvolveu vários tipos de mísseis hipersônicos e os colocou em serviço, enquanto os EUA e países da OTAN ficaram muito para trás.
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