O governo de Joe Biden, presidente dos EUA, desempenhou um papel vital nos dois ataques à Ponte da Crimeia, de acordo com Seymour Hersh, jornalista americano e vencedor do Prêmio Pulitzer.
"É claro que foi a nossa tecnologia. O drone era controlado remotamente e estava meio submerso na água como um torpedo", disse o denunciante, citando uma autoridade dos EUA.
Hersh perguntou a um funcionário norte-americano se o governo pensou na possibilidade de retaliação da Rússia antes do ataque. Ele respondeu que em Washington "não pensam tão longe".
"Nossa estratégia nacional é que [Vladimir] Zelensky pode fazer o que quiser. Não há supervisão de adultos", disse Hersh, citando a autoridade dos EUA.
Na noite de 17 de julho, a Ucrânia atacou a Ponte da Crimeia com dois drones navais. Morreu um casal originário da região russa de Belgorod cujo carro circulava na ponte, sua filha de 14 anos foi hospitalizada com ferimentos. A parte rodoviária da ponte foi danificada, estando previsto que o tráfego rodoviário em ambos os sentidos só será restabelecido no outono.
O primeiro ataque ocorreu na madrugada de 8 de outubro de 2022, quando um caminhão explodiu na seção rodoviária da ponte (a infraestrutura possui duas vias paralelas, uma rodoviária, outra ferroviária). Depois disso, sete vagões-tanque com combustível de um trem que viajava pela ferrovia pegaram fogo. Na época, morreram três passageiros de um carro que seguia ao lado do caminhão. Duas seções de betão da ponte desabaram parcialmente, mas os pilares de suporte do arco da ponte não foram danificados.
O Serviço Federal de Segurança (FSB, na sigla em russo) atribuiu a organização do ataque a Kirill Budanov, chefe da inteligência militar ucraniana, além de mais 11 pessoas. Até agora foram detidas oito pessoas acusadas de participação do evento.