Panorama internacional

Bolívia desafia domínio global do dólar com yuan chinês e rublo russo, diz mídia britânica

O governo da Bolívia está determinado a reduzir a dependência do dólar americano para o comércio exterior, voltando-se para o yuan chinês, disseram autoridades, à medida que cresce o apoio latino-americano a moedas alternativas.
Sputnik
Segundo o ministro da Economia boliviano, Marcelo Montenegro, o país sul-americano segue "um padrão no nível do comércio internacional, que está gerando um aumento progressivo no uso do yuan no comércio exterior", afirmou Montenegro durante coletiva de imprensa ontem (27) de acordo com a Reuters.

"A China se tornou o maior exportador mundial. E em que moeda um grande exportador gostaria de receber tudo o que produz? Não em dólares, mas em sua própria moeda", disse o ministro.

As transações financeiras no valor de 278 milhões de yuans chineses (R$ 183 milhões) representaram 10% do comércio exterior da Bolívia de maio a julho.
O ministro da Fazenda da Bolívia, Marcelo Montenegro, responde a perguntas durante reunião com a imprensa internacional em La Paz, Bolívia, 10 de janeiro de 2023
Já o embaixador da Rússia na Bolívia, Mikhail Ledenev, disse que as transações entre o Banco Unión e a russa Gazprombank facilitam "o trabalho das empresas russas no mercado", apesar das sanções econômicas impostas a Moscou pelas nações ocidentais desde 2022.
De acordo com a mídia, Pequim e Moscou estão intensificando os investimentos para desenvolver os enormes, mas inexplorados, recursos de lítio da Bolívia para atender à crescente demanda pelo metal usado para fabricar baterias de veículos elétricos.
Três acordos de lítio com duas empresas chinesas e uma russa foram assinados no início deste ano, comprometendo-se a investir um total de US$ 2,8 bilhões (R$ 13,2 bilhões), que podem ser feitos parcialmente em yuans, disse o chefe da Economia boliviana.
A moeda chinesa também pode ser usada para pagar os empréstimos pendentes do governo de Pequim e melhorar a integração comercial entre os países latino-americanos, acrescentou o ministro.
Na América do Sul, além da Bolívia, Brasil e Argentina também facilitaram o comércio de yuans.
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