Operação militar especial russa

Orbán critica EUA e afirma que dinheiro ocidental está mantendo a Ucrânia viva

Ao contrário dos norte-americanos, os europeus não podem materializar dinheiro por meio de "manipulação financeira", observou o primeiro-ministro húngaro.
Sputnik
A Ucrânia não é um país totalmente soberano, pois depende de doações ocidentais para financiar os gastos do governo, argumentou o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán. E são os Estados Unidos que determinam se essa ajuda vai continuar, acredita ele.

"Os americanos podem sacar muito dinheiro com todo tipo de manipulação financeira, mas o euro é uma história diferente, não é adequado para isso", disse Orbán nesta sexta-feira (28), em entrevista à emissora estatal de rádio Kossuth.

Embora seja verdade que os ucranianos foram os que mais sofreram com as hostilidades, acrescentou o primeiro-ministro, a dependência do país significa que o conflito não pode ser chamado de ucraniano. Uma nação que não consegue pagar suas despesas cede soberania aos doadores, afirmou.
"Os ucranianos ficaram sem forças. A única coisa que mantém a Ucrânia viva é o dinheiro ocidental", afirmou o primeiro-ministro.
Bruxelas agora não pode cumprir suas obrigações com seus Estados-membros, incluindo a Hungria, afirmou o líder do país, afirmando que o apoio do bloco a Kiev é um dos fatores por trás do déficit financeiro.
Orbán espera que uma mudança em Washington possa ocorrer no próximo ano, em meio à próxima eleição presidencial. Na Europa, a opinião pública está pressionando os políticos para que busquem a paz, porque "em uma democracia a vontade do povo e as políticas da liderança não podem ser tão conflitantes a longo prazo". Ele reiterou o apoio de Budapeste às negociações de paz.
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A União Europeia (UE) perdeu a oportunidade de "localizar" o conflito em curso, da mesma forma que a ex-chanceler alemã, Angela Merkel, fez com a crise anterior em 2014, afirmou.
Membros do bloco de 27 nações sofreram economicamente depois de apoiar a campanha liderada pelos Estados Unidos para punir a Rússia com sanções por causa do conflito na Ucrânia, um fato que Budapeste constantemente levanta.
Em 2014, um golpe armado e apoiado pelo Ocidente em Kiev depôs o governo democraticamente eleito da Ucrânia e fortaleceu as forças nacionalistas. As pessoas na Crimeia então votaram em um referendo para se separar da Ucrânia e se juntar à Rússia, enquanto os que viviam em Donbass exigiam autonomia. Kiev reagiu enviando seus militares para reprimir o que considerou uma rebelião no Leste, mas falhou.
Merkel ajudou a negociar os chamados Acordos de Minsk, que propunham um caminho para a reintegração pacífica de Donbass à Ucrânia. Desde então, ela admitiu que o acordo, que nunca foi implementado, pretendia ganhar tempo para a Ucrânia aumentar suas Forças Armadas com a ajuda do Ocidente.
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