Em maio, o presidente Nicolás Maduro manifestou a disposição de seu país de ingressar no BRICS, considerando que se trata de um mecanismo de cooperação e desenvolvimento econômico com enfoque mundial multicêntrico. Após sua declaração, os governos de China e Rússia expressaram seu apoio à iniciativa para que a Venezuela pudesse se juntar a esse grupo.
O deputado venezuelano Julio Chávez disse que a eventual incorporação da Venezuela ao bloco permitirá à nação sul-americana ter melhores condições de investimento em negócios estratégicos para fortalecer sua economia, afetada pelas sanções impostas pelos Estados Unidos e União Europeia.
"Significará para a Venezuela poder optar por recursos em melhores condições para investir na indústria petrolífera venezuelana, que como consequência do bloqueio e da perseguição financeira foi severamente afetada, e isso se materializará no fato de que os recursos poderão ser investidos em negócios estratégicos e os investidores virão", afirmou à Sputnik o deputado governista do Partido Socialista Unido da Venezuela.
Ao mesmo tempo, o deputado considerou que seu país está avançando nos esforços para conseguir seu ingresso, apesar das pressões de Washington e dos europeus.
"Acredito que vamos conseguir um crescimento sustentado nos próximos anos e vamos resolver boa parte dos problemas dos serviços públicos causados pela deterioração devido ao bloqueio criminal, aumentar os salários dos trabalhadores, empregos e crescimento dos setores da indústria venezuelana", declarou.
Da mesma forma, o parlamentar também acredita que as reservas venezuelanas podem colaborar para tornar o bloco o mais importante no cenário geopolítico global.
"Para que a Venezuela tenha garantida a sua incorporação como membro pleno, será um processo e tanto, mas estamos no caminho certo [...] todos os esforços diplomáticos e políticos de todo tipo estão sendo feitos, apesar pressões dos grandes centros de poder, chamem de EUA e União Europeia, para que o BRICS não possa se conformar e que essa tentativa liderada por China, Rússia, Índia, Brasil e África do Sul fracasse", afirmou.
Chávez também destacou que Caracas espera que a próxima cúpula do grupo BRICS na África do Sul possa avaliar a entrada dos países que se candidataram à adesão.
"Que se dê sinal verde para que a Venezuela e outras nações que sofrem as consequências desses bloqueios criminosos, que impuseram a seus povos, possam fazer parte desse poderoso bloco emergente, já que isso permitirá aliviar apenas o fardo que as consequências deste bloqueio estão causando, mas sim que vai abrir um caminho para o crescimento e prosperidade das nações que reivindicaram sua natureza anti-imperialista", disse ele.
A 15ª cúpula do BRICS está marcada para os dias 22 e 24 de agosto em um centro de convenções em Joanesburgo. No evento, deve-se tratar com prioridade a criação da moeda própria do grupo.