O empresário americano Elon Musk se recusou a dar à Ucrânia acesso à rede Starlink perto da Crimeia, informou na sexta-feira (28) o jornal norte-americano The New York Times (NYT).
Como destaca o jornal, embora Musk "seja aclamado como um gênio inovador, somente ele pode decidir desligar o acesso à Internet da Starlink para um cliente ou país, e tem a capacidade de usar as informações confidenciais que o serviço coleta."
"O sr. Musk restringiu o acesso ao Starlink várias vezes durante a guerra, de acordo com pessoas familiarizadas com a situação. Em um determinado momento, ele rejeitou um pedido dos militares ucranianos para ligar os terminais perto da Crimeia", indica o artigo.
Segundo a mídia, isso afetou a estratégia no campo de batalha. O bilionário teria "linhas vermelhas" que ele não permite que sejam ultrapassadas, incluindo um possível ataque das Forças Armadas da Ucrânia à Crimeia com a ajuda de sua tecnologia.
Segundo o NYT, Musk também cortou o acesso do Exército ucraniano a alguns dos terminais da Starlink devido ao não pagamento do aluguel mensal de US$ 2.500 (R$ 11.829) por cada instalação.
Devido à dependência do serviço, Kiev tem conversado com outros fornecedores de Internet, embora reconhecendo que nenhum deles consegue igualar o alcance da Starlink. As autoridades dos EUA também têm sido relutantes em criticar publicamente a gestão de Elon Musk "enquanto equilibram as prioridades domésticas e geopolíticas relacionadas ao empresário, que criticou o presidente Biden, mas cuja tecnologia é incontornável".
Em junho, Lloyd Austin, secretário de Defesa, aprovou um negócio de aquisição de 400 a 500 novos terminais e serviços da rede Starlink, que permitiria ao Pentágono o controle sobre onde o sinal funciona, para poder fornecer "capacidades-chave e certas missões", segundo duas das fontes.
A Starlink é uma rede de satélites projetada para fornecer acesso à Internet de banda larga em qualquer lugar do planeta. O projeto foi iniciado em 2018 pela SpaceX, uma empresa que pertence ao empreendedor.