Os EUA estão usando Taiwan como instrumento para provocar um conflito com a China, aponta a acadêmica. A dra. Radhika Desai, professora do Departamento de Estudos Políticos e diretora do Grupo de Pesquisa em Economia Geopolítica da Universidade de Manitoba, no Canadá, salientou que, até 1972, a política de Washington estabelecia o reconhecimento de Taiwan como a única autoridade soberana sobre a China continental.
"Os EUA reconheciam o governo de Taiwan como o governo legítimo de toda a China, incluindo a continental. Agora vemos o quão ridículo isso era", observou a especialista.
A mudança dessa política na presidência de Richard Nixon foi apenas uma tentativa de "provocar um afastamento ainda maior entre a China e a União Soviética na época", quando a tensão sino-soviética estava em curso.
Entretanto, atualmente, ao contrário dos EUA, que parecem incentivar um confronto militar por Taiwan, fornecendo armas avaliadas em milhões de dólares e enviando instrutores militares para Taipé, a China não procura solucionar o problema através das armas.
"Com o passar do tempo, à medida que a China e Taiwan se integram cada vez mais, em algum momento, uma linha será cruzada e a maioria das pessoas em Taiwan dirá: Ei, já somos parte da China economicamente, então qual é o problema? Vamos nos tornar parte da China em todos os outros aspectos políticos também", acrescentou Desai. "Mas o acúmulo de armas dos EUA e o esforço de constantemente tentar fazer com que a liderança de Taiwan se mostre hostil em relação a China continental […] está realmente pondo em perigo o processo pacífico de unificação", concluiu ela.
Recentemente, o presidente dos EUA, Joe Biden, aprovou a alocação de US$ 345 milhões (R$ 1,63 bilhão) em ajuda militar a Taiwan, segundo um memorando divulgado pela Casa Branca.