Panorama internacional

'Intervenção ocidental no Níger seria nova colonização', diz chanceler italiano

Na visão da chancelaria italiana, "pressão" deve ser exercida sobre golpistas de Niamey para restabelecer a democracia, mas abordagem militar externa deve ser descartada.
Sputnik
Em meio às tensões no Níger após golpe militar, o chanceler italiano, Antonio Tajani, alertou contra o envolvimento militar ocidental no país que agora está sob o controle de uma junta após o presidente nigerino Mohamed Bazoum ser derrubado.

"Acho que devemos pressionar a restauração da democracia, mas qualquer iniciativa militar ocidental deve ser excluída porque seria vista como uma nova colonização", disse Tajani ao Rai News nesta quarta-feira (2).

Os comentários do ministro vieram depois que a junta militar acusou a França de conspirar para "intervir militarmente" para libertar Mohamed Bazoum, que está detido desde 26 de junho.
Paris afirmou que só reconhece Bazoum, eleito democraticamente em 2021, como legítimo poder em Niamey, mas negou as acusações de que uma greve está sendo planejada para libertá-lo. Na segunda-feira (1º), a chefe da diplomacia francesa, Catherine Colonna, disse à mídia que a afirmação é falsa.
Os líderes da junta em Mali e Burkina Faso declararam há dois dias atrás que qualquer intervenção militar estrangeira no vizinho Níger seria considerada uma declaração de guerra contra Bamaco e Ouagadougou.
A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) emitiu um ultimato de uma semana aos golpistas no domingo para libertar Bazoum e restaurar a ordem constitucional no Níger.
O organismo regional ameaçou usar a força caso a junta chefiada pelo general Abdourahamane Tchiani, comandante da Guarda Presidencial, não cumprisse as diretivas.

Em resposta, Bamaco e Ouagadougou anunciaram que sairiam da CEDEAO e "adotariam medidas de autodefesa em apoio às forças armadas e ao povo do Níger" se o bloco usasse a força.

A Rússia pediu um diálogo nacional na ex-colônia francesa, com a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, dizendo que a ameaça de intervenção militar apenas exacerbará a crise.
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