A China poderá fortalecer sua posição no espaço a ponto de se tornar uma participante comparável aos Estados Unidos até o final da próxima década, previu o acadêmico Lev Zeleny, diretor científico do Instituto de Pesquisa Espacial russo.
"Talvez em meados ou no final da década de 2030, a China construirá sua presença espacial de forma tão forte que se tornará um ator importante ou, pelo menos, comparável aos Estados Unidos", disse o especialista em declarações à Sputnik.
O acadêmico explicou que é impossível definir um único líder na corrida espacial, uma área que tem muitas direções, pois um país pode ficar à frente em um domínio e para trás em outro.
O especialista citou exemplo de como, durante a corrida espacial na segunda metade do século XX entre a URSS e os EUA, os astronautas americanos pousaram na Lua e as espaçonaves soviéticas entregaram amostras do solo lunar.
"Como se diz, nas Olimpíadas as competições são em diferentes esportes, mas há uma classificação de equipe em que o número de pontos é somado. Se a pesquisa espacial for avaliada por esse método esportivo, o que eu acho errado, então, provavelmente, de forma integral, em muitas direções, a China poderá, com o tempo (não muito longínquo), tornar-se líder em pesquisa espacial", segundo Zeleny.
"Gradualmente, na pesquisa planetária, a China está começando a alcançar os Estados Unidos. Pode-se ver que está ultrapassando a Rússia até agora, mas esperamos que só até agora", acrescentou o acadêmico.
No final de abril Bill Nelson, administrador da agência espacial norte-americana NASA, disse que os EUA estão competindo com a China por um lugar na Lua, afirmando temer que Pequim possa estar à frente de Washington e reivindicar seus direitos ao polo sul do nosso satélite natural. Antes disso, ele declarou várias vezes que Washington estava em uma corrida espacial com Pequim e alertou o Congresso dos EUA para um financiamento insuficiente, o que poderia ser um "desastre" para a liderança norte-americana no espaço.