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Lira retalia governo com 2 ações ao perceber 'lentidão' de Lula para cargos ao Centrão, diz mídia

Líder da Câmara articula ações ante "demora" de Lula para indicações a ministérios e clima de disputa acirra em Brasília. Alagoano deixa claro que não vai permitir perda de protagonismo enquanto Lula tenta contornar nos bastidores divergências com o deputado.
Sputnik
Não é novidade as rusgas existentes entre o Executivo e o Legislativo, nomeadamente entre seus líderes, presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o líder Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP).
Entretanto agora, com a expectativa do Centrão para entrada de membros do Partido Progressista (PP) e do Republicanos no primeiro escalão do governo, ou seja, nos ministérios, as tensões nos bastidores se elevam, visto que Lula está atrasando o quanto pode a conversa com Lira e vem fazendo mistério sobre como pretende acomodar o Centrão no governo, segundo o jornal O Globo.
De acordo com a mídia, uma reunião entre os dois está marcada para hoje (3), mas ao mesmo tempo o jornal destaca que já fez "mesversário" a negociação para o ingresso dos aliados do parlamentar na administração petista.
O Progressistas, partido do presidente da Câmara, quer a presidência da Caixa Econômica Federal e mais um ministério, de preferência o do Desenvolvimento e Assistência Social. Nos dois casos, os nomeados seriam parceiros incondicionais de Lira: a ex-deputada federal Margarete Coelho, do PP do Piauí, que iria para o banco estatal, e o deputado André Fufuca, do PP do Maranhão, a quem caberia o ministério.
Depois de muita conversa e telefonemas entre Lula e Lira intermediados pelo ministro Alexandre Padilha em julho, o Congresso voltou do recesso contando que o chefe do Centrão e o do Planalto se reuniriam logo nos primeiros dias de agosto para desfazer o impasse.
Ao mesmo tempo, Lula aproveitou sua ausência para breves férias e chamou os postulantes a ministro. Também tentou se encontrar com o presidente do Republicanos, Marcos Pereira.
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Brasília: Lula convoca reunião de emergência e tem ligação com Lira para tentar evitar novo revés
Em seguida agosto começou, os parlamentares desembarcaram em Brasília, Lula analisou as propostas de Padilha para acomodar os interesses de todos na reforma ministerial e nada aconteceu, escreve a mídia.
Contrariado, Lira tomou duas decisões: convocou ontem (2) uma reunião de líderes com a presença dos petistas Zeca Dirceu e José Guimarães para dizer que, enquanto as trocas na Esplanada dos Ministérios não forem definidas, não se vota nada na Câmara e segurou o freio na votação do novo marco fiscal e de demais projetos de interesse do governo, relata o jornal.
Lira percebeu o movimento lento do chefe do Executivo e, na volta do recesso, segurou o jogo para voltar a ser chamado para avalizar a operação.
Auxiliares contam que Lula se irritou. Mas, em público, deu de ombros, enquanto os nervos de aliados de Lira fritavam nos bastidores.
Para o líder alagoano, nada em seu território pode transcorrer sem sua anuência e sem seu protagonismo. É nessa linha que há dois dias atrás Lira disse que o posto de articulador político de qualquer governo tem "muita validade".
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Lira diz que cargo de Alexandre Padilha tem 'muito prazo de validade' e cobra Lula mais 'radical'
O Globo sublinha que para "se livrar desse fardo", Lula precisa primeiro demonstrar ao Congresso que o poder de Lira tem limites e que quem os define é ele, o presidente da República.
Lira, por sua vez, não pode mais disputar a reeleição, mas precisa garantir que um aliado ocupe seu lugar.
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