O ministro das Relações Exteriores húngaro, Peter Szijjarto, disse na sexta-feira (4) que evitar uma intervenção militar estrangeira no Níger é importante para a segurança do território europeu.
"A situação de segurança no Sahel continua a piorar [...] quanto mais o tempo passa, maior o perigo de uma intervenção militar estrangeira, que teria consequências trágicas para a estabilidade e segurança de toda a região [...], do ponto de vista da segurança da Europa, a possibilidade de evitar um novo conflito militar seria de fundamental importância", escreveu Szijjarto.
O chanceler ainda alertou que a instabilidade no Sahel, uma das zonas mais problemáticas do continente devido ao terrorismo e à migração irregular, "pode facilmente provocar novos fluxos migratórios para a Europa".
Apesar do alerta húngaro, também ontem (3), líderes da África Ocidental anunciaram plano para intervenção militar no país incluindo "como e quando mobilizar forças", entretanto disseram que não divulgariam o momento e "onde atacarão", conforme noticiado.
Diferente de Budapeste, Paris disse hoje (5) através de sua chancelaria que apoiará os esforços da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para fazer o golpe militar no Níger fracassar.
Neste sábado (5), a ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, se reuniu com o primeiro-ministro do Níger, Ouhoumoudou Mahamadou, e o embaixador do Níger na capital francesa, segundo a Reuters.
Anteriormente, Colonna disse que a junta em Niamey tinha até amanhã (6) para devolver o poder, caso contrário, uma ameaça dos países membros da CEDEAO de encenar uma intervenção militar deveria ser levada "muito a sério": "A ameaça é crível", disse ela na rádio pública francesa.
Contudo, a França não especificou se o seu apoio implicaria apoio militar para uma eventual intervenção.
Sobre brasileiros no país africano, oito foram retirados do Níger pelo governo francês e nove manifestaram o desejo de permanecer no país, informou o Itamaraty.