A estratégia dos EUA para conter a indústria chinesa de semicondutores pode levar à interrupção das cadeias de suprimentos e à formação, por outros países, de alianças contra os EUA, afirmou Yang Hyang-ja, legisladora sul-coreana e ex-executiva da Samsung.
"Se [Washington] seguir tentando punir outras nações, aprovando projetos de lei e implementando políticas de 'América Primeiro' de maneira imprevisível, outros países poderão formar uma aliança contra os EUA", disse Yang em um artigo de domingo (6) publicado no jornal britânico Financial Times (FT).
As ações de Washington na área dos chips também podem provocar uma forte retaliação da China, o que poderia levar à interrupção das cadeias de suprimentos, observou ela.
"Os Estados Unidos deviam abandonar sua abordagem atual de tentar obter algo com a agitação e quebrar as cadeias de valor global", disse a legisladora.
Em 2022 a administração norte-americana de Joe Biden promoveu o investimento em semicondutores nos EUA através da lei CHIPS e Ciência de 2022, e também começou a restringir em massa a exportação de semicondutores para a China. Washington vê Pequim como seu principal competidor e declarou repetidamente que pretende conter o gigante asiático. Em resposta, nos últimos meses a China restringiu a exportação de minerais de terras raras, usados na fabricação de semicondutores.
Em abril, o FT informou que os EUA pediram à Coreia do Sul que restringisse as exportações de semicondutores para a China depois que Pequim lançou uma investigação sobre a gigante americana de chips Micron. Em maio, as autoridades chinesas proibiram as operadoras de infraestrutura crítica de comprar os produtos da referida empresa, que, segundo elas, representam um risco à segurança nacional de Pequim.