Panorama internacional

Toda a ajuda dos EUA ao Afeganistão 'foi saqueada em Washington', afirma analista

O movimento Talibã (organização sob sanções da ONU por atividade terrorista) dificilmente estaria por trás dos acordos corruptos relacionados à ajuda militar dos EUA ao Afeganistão, disse o analista político, Aleksandr Knyazev, à Sputnik.
Sputnik
O inspetor-geral especial para a Reconstrução do Afeganistão dos EUA, John Sopko, alertou sobre "consequências não intencionais" de possível corrupção relacionada aos pesados ​​gastos dos EUA na Ucrânia.
Horas depois que os democratas do Senado bloquearam uma tentativa de estabelecer uma maior supervisão de bilhões de dólares em ajuda militar dos EUA à Ucrânia, Sopko lembrou que Washington enviou mais dinheiro a Kiev em um ano do que gastou no Afeganistão em 12 anos.
Sopko alertou especialmente sobre o risco de alimentar a corrupção, enfatizando que no Afeganistão "a corrupção era a ameaça existencial". Segundo o inspetor-geral, "não foi o Talibã. Foi a corrupção que nos matou".

"Quanto ao Afeganistão, entendo que agora devemos falar sobre esse tipo de corrupção no passado. Em primeiro lugar, há poucos dados sobre a disseminação de armas ocidentais fora do Afeganistão. Em segundo lugar, mesmo observadores externos desleais ao movimento Talibã apontam para um declínio no nível de corrupção no Afeganistão depois que o Talibã chegou ao poder naquele país", disse o cientista político russo, Aleksandr Knyazev.

De acordo com Knyazev, nos últimos 20 anos, "toda a ajuda ocidental ao Afeganistão foi saqueada, e o importante é que não foi obra dos afegãos". De uma forma ou de outra, continuou o analista, "este período para o Afeganistão acabou".
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"Provavelmente, se alguém calcular a ajuda dos EUA à Ucrânia que foi roubada, o valor provavelmente excederá o que foi roubado da ajuda dos EUA ao Afeganistão que veio entre 2001 e 2021", argumentou Knyazev.
Embora os EUA tenham gasto quase US$ 2,26 trilhões (cerca de R$ 11,01 trilhões) em questões relacionadas ao Afeganistão, como forças militares e de segurança, essa enorme soma não ajudou a impedir que o Talibã tomasse o poder no país do sul da Ásia em agosto de 2021.
Isso levou ao colapso do governo civil afegão apoiado por Washington e às evacuações em massa, que ocorreram em meio à retirada caótica das tropas da coalizão liderada pelos EUA do Afeganistão, que terminou em 30 de agosto de 2021.
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