Panorama internacional

Moscou: não há razão nas reuniões sem Rússia sobre Ucrânia e espera-se informação dos países BRICS

A Rússia espera que os outros Estados do BRICS – Brasil, Índia, China, África do Sul – e demais parceiros compartilhem com Moscou a avaliação da reunião em Jidá sobre a Ucrânia, afirmou a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, na segunda-feira (7).
Sputnik
No final da semana passada, a Arábia Saudita sediou uma cúpula sobre a paz na Ucrânia na cidade de Jidá. Diversos países foram convidados, principalmente os que compõem o Sul Global, uma vez que o encontro visava aproximar essas nações da perspectiva norte-americana e europeia sobre o conflito ucraniano.
Por sua vez, Moscou não foi convidada para o evento. No entanto, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, garantiu que a Rússia acompanhará de perto essas negociações e saúda qualquer tentativa de promover uma solução pacífica para a crise na Ucrânia.

"O MRE da Rússia tomou nota das informações sobre consultas da crise ucraniana [...]. Nossos associados do BRICS e outros parceiros participaram. Esperamos que, em conformidade com [nossos] acordos, eles compartilhem conosco suas avaliações e confirmem nossa posição sobre a chamada 'fórmula de paz de Zelensky', que o regime de Kiev e o Ocidente estão tentando promover durante essas reuniões", observa-se no comunicado de Maria Zakharova, publicado no site do Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

Ela também sublinhou que nenhum dos dez pontos dessa "fórmula" visa encontrar uma solução negociada e diplomática para resolver a crise, e sua totalidade é um ultimato sem sentido para a Rússia, visando simplesmente prolongar as hostilidades.
Assim, a diplomata observou que, nesta base, a solução pacífica é impossível.
Além disso, a Federação da Rússia aprecia muito a mediação e as iniciativas humanitárias do Sul Global sobre a crise ucraniana, adicionaram no ministério russo.
Por sua vez, promovendo a "fórmula de Zelensky", o regime de Kiev e o Ocidente tenta diminuir o alto valor das propostas de paz de outros países e monopolizar o direito de propô-las, acrescentou Zakharova.

"Na verdade, como dissemos, há uma luta contra a dissidência em nível internacional, tentativas de realizar ideias de assentamento não viáveis através de manipulação injusta."

Novamente, a representante oficial do MRE destacou que sem a participação do lado russo e "levando em conta seus interesses, nenhum encontro sobre a crise ucraniana tem valor agregado".
A Rússia sempre foi e continua aberta a uma solução diplomática para a crise, ao contrário da Ucrânia, Moscou está pronta para responder a propostas sérias, disse Zakharova.

"Diferentemente do regime de Kiev, que interrompeu e proibiu as negociações com a Rússia, nós sempre estivemos e permanecemos abertos a uma solução diplomática para a crise e prontos para responder a propostas verdadeiramente sérias", afirmou a diplomata.

Além disso, Zakharova especificou que um acordo justo em torno da Ucrânia só é possível se Kiev parar com as lutas e ataques terroristas, bem como a interrupção das entregas de armas ao regime de Kiev pelo Ocidente.
Ela ressaltou também que "a base original da soberania da Ucrâniaseu status neutro, de não bloco e de não nuclear, deve ser confirmada".

"Estamos convencidos de que a implementação desses elementos é totalmente responsável pela paz e segurança internacionais, pelas quais a Rússia está lutando", concluiu Zakharova.

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