Panorama internacional

EUA tentam com visita de Nuland ao Níger preencher vácuo de influência da França, diz especialista

A visita de Victoria Nuland ao Níger pode ser classificada como tentativa de Washington de preencher o vácuo de influência no país e no continente como um todo no contexto dos fracassos da França, afirmou à Sputnik Andrei Maslov, diretor do Centro de Estudos Africanos da Escola Superior de Economia.
Sputnik
Anteriormente, a agência CNN informou que Victoria Nuland, atual subsecretária de Estado norte-americana para assuntos políticos, visitou o Níger na segunda-feira (7) onde conduziu conversas "francas e bastante complicadas" com os líderes dos rebeldes que tomaram o poder no país.
Segundo a edição, Nuland se reuniu com Moussa Salaou Barmou, chefe do Estado-Maior nomeado pelos rebeldes, e três dos assessores mais próximos dele. Neste contexto, os militares rejeitaram o pedido de Nuland de se encontrar com o presidente deposto do país, Mohamed Bazoum.
Comentando os resultados da reunião, a política dos Estados Unidos chamou as ações dos rebeldes de "inconstitucionais". O Pentágono, entretanto, negou os rumores sobre os seus planos de retirar os militares americanos estacionados no país africano.

Por sua vez, o especialista destacou que "os EUA estão tentando aproveitar a degradação da Françáfrica, na África francesa, para preencher o vácuo com sua influência. Porque tradicionalmente, a França e os EUA operam de forma independente no Sahel".

Anteriormente, 94 senadores franceses assinaram uma carta aberta ao presidente Emmanuel Macron, na qual afirmava-se que a política do país no continente africano havia fracassado. Como o especialista apontou, fica claro a partir deste discurso que a França considera os Estados Unidos uns dos seus concorrentes mais importantes na África.

"Na Ucrânia, eles estão unidos contra a Rússia, mas na África não estão. Suas contradições aqui são claramente visíveis, os franceses estarão prontos no continente para unir forças com a China, a fim de não dar suas zonas de influência aos americanos", acrescentou.

Anteriormente (27), em um comunicado aos moradores do Níger, um grupo de militares anunciou o fim do governo do presidente Mohamed Bazoum. A afirmação deles se deu horas após o palácio presidencial ter sido cercado. Os militares justificaram a derrubada de Bazoum afirmando que durante seu governo a situação ao redor da segurança no país piorou, assim como a economia e o bem-estar social.
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