Panorama internacional

EUA teriam realmente pressionado destituição de ex-premiê do Paquistão por posição sobre a Ucrânia

O portal The Intercept divulgou um documento que parece mostrar discussões sensíveis entre um alto responsável norte-americano e um embaixador paquistanês.
Sputnik
Os EUA pressionaram o governo paquistanês a destituir o ex-primeiro-ministro Imran Khan (2018-2022) por causa de sua posição neutra em relação à operação militar especial da Rússia na Ucrânia, disse na quarta-feira (9) o portal The Intercept, citando um documento secreto do Paquistão.
Segundo o documento, as autoridades dos EUA alertaram em uma reunião em 7 de março de 2022 que as relações bilaterais com o Paquistão não melhorariam se Imran Khan permanecesse no poder. Donald Lu, vice-secretário de Estado dos EUA para o Escritório dos Assuntos da Ásia Central e do Sul, e Asad Majeed Khan, então embaixador do Paquistão nos EUA, participaram da reunião.
A mídia detalhou que o documento secreto foi fornecido por uma fonte anônima das Forças Armadas do Paquistão, que disse não ter nenhum vínculo com o ex-premiê ou seu partido.
"Acho que se o voto de desconfiança contra o primeiro-ministro for bem-sucedido, tudo será perdoado em Washington porque a visita à Rússia está sendo vista como uma decisão do primeiro-ministro", disse Lu, de acordo com o documento. O governo dos EUA na época ficou furioso com o fato de Imran Khan ter feito uma visita a Moscou depois que a Rússia iniciou sua operação especial na Ucrânia.
Pouco tempo após sua destituição como premiê após aprovação do voto de desconfiança, Khan acusou os EUA de orquestrarem o evento.
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"Caso contrário [...] acho que será difícil seguir em frente", acrescentou o alto responsável americano.
De acordo com o documento do The Intercept, Lu alertou que se a situação não fosse resolvida, o Paquistão seria isolado por seus aliados ocidentais.
Em resposta, Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, disse que não comentaria sobre discussões diplomáticas privadas, mas ressaltou que "nada nesses supostos comentários mostra que os Estados Unidos estão assumindo uma posição sobre quem deve ser o líder do Paquistão".
No sábado (5), um tribunal de Islamabad condenou Imran Khan a três anos de prisão após considerá-lo culpado de práticas corruptas no caso Toshakhana. Após sua prisão, seus apoiadores lançaram protestos em massa em todo o país, resultando em violentos confrontos com a polícia e ataques a instalações governamentais e militares. Pelo menos oito pessoas morreram e cerca de 290 ficaram feridas durante os protestos a favor do ex-alto responsável paquistanês.
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